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03/07/2008

Mantega acha que é alarmismo

Apesar de os brasileiros reclamarem cada vez mais do peso da inflação no bolso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou o alarmismo e vendeu o discurso de que a inflação está sob controle. Ontem, ele participou de audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para explicar a proposta de Fundo Soberano do Brasil (FSB), mas o assunto que dominou o debate foi a disparada dos preços no país. Na avaliação do ministro, o FSB é um instrumento fundamental para evitar um encarecimento adicional dos produtos. ?É um exagero falar em dragão da inflação porque parece que um monstro vai nos devorar. Nós não estamos nesse ponto. A inflação não chega a ser um monstro perigoso que pode causar maiores danos?, disse.

Em uma apresentação de quase uma hora, o ministro contou que o país é um dos poucos ? ao lado apenas do Canadá ? que está com a inflação dentro do teto da meta. Além disso, explicou que a elevação dos preços está relacionada à disparada das commodities provocada por especulação, maior consumo, problemas climáticos, utilização de milho para produzir etanol nos Estados Unidos e protecionismo dos países avançados. E completou que os analistas do mercado esperam que a inflação feche o ano em 6,3%, mas depois desacelere para 4,8% em 2009 e 4,5% em 2010, ou seja, convergindo para o centro da meta de 4,5%.

Desmoralizar
Toda a enxurrada de informações do ministro tinha como finalidade desmoralizar análises com relação à trajetória dos preços, que seriam exageradas e que podem provocar o pânico. As donas-de-casa podem começar a fazer estoques dos produtos, o que causaria uma pressão adicional por aumentos de preços. ?Não é subestimar o problema, mas também não é o caso de superestimar. O governo se preocupa, está tomando medidas e tomará mais medidas se for necessário. Não se trata de alarde e nem de alarmismo porque isso é ruim. Isso acaba contaminando (outros preços)?, afirmou o ministro. Não está faltando produto. O Brasil produz petróleo, alimentos e insumos. Nós produzimos tudo isso e podemos nos aproveitar dessa situação.?

Para alfinetar governos anteriores, Mantega afirmou que a política econômica não vai abortar o crescimento por conta da aceleração da inflação. ?Não vamos asfixiar a economia por causa de um fenômeno que é controlado?, ponderou. A expansão da produção, que poderia ser de 5,5% a 6% neste ano, porém, deve ficar entre 4,5% e 5%. Dentre as medidas anunciadas pela equipe econômica para evitar a escalada dos preços estão a redução de impostos sobre o combustível e trigo, aumento do Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF), da taxa básica de juros (Selic) e elevação do superávit primário. Ele frisou ainda a importância de diminuir o ritmo de expansão do crédito no país ? um dos principais motores do aquecimento das vendas. ?Ter uma taxa de crescimento de 32% talvez seja excessivo. Queremos que o crédito continue crescendo, mas num ritmo inferior a 30%.?