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21/12/2004

Dólar despenca 1,25% e fecha abaixo de R$ 2,70

O dólar comercial não parou de cair ontem e rompeu a barreira histórica dos R$ 2,70 mesmo com o novo leilão de compra de dólares feito pelo Banco Central. No encerramento dos negócios, o dólar desabou 1,25% e fechou cotado a R$ 2,677 para venda, em seu menor valor desde o dia 17 de junho de 2002, quando atingiu R$ 2,66.

  Operadores entenderam que o Banco Central ??lavou as mãos?? para a taxa cambial neste ano e pode inclusive deixá-la desabar ainda mais. Eles afirmam que o BC realmente cumpre à risca sua determinação de apenas adquirir moeda para as reservas, sem influenciar a formação da taxa, apesar das especulações em contrário no início dos leilões neste mês.

  O Banco Central anunciou um novo leilão as 15h29 e só aceitou os preços correntes de mercado ? pagou até R$ 2,685. ??Se o BC quisesse realmente agir sobre a taxa poderia aceitar taxas de corte mais altas, mas não é isso o que tem acontecido??, afirma Paulo Shiguemi, da corretora Socopa.

  A taxa cambial já nas primeiras cotações apontou forte queda de 0,44% sobre o fechamento anterior, acentuando o ritmo de baixa no correr da manhã. Por volta das 11h50, quando quebrou o piso de R$ 2,70 pela primeira vez neste ano, começaram a circular as especulações sobre a ação iminente do Banco Central, que somente aumentaram quando a taxa rompeu os R$ 2,69 por volta das 13h.

Euro
O dólar emenda uma nova sequência de perdas também no cenário internacional. Contra o euro, a cotação subiu de US$ 1,3283 na sexta-feira para US$ 1,3383 hoje, apesar da promessa do presidente americano em combater os déficits dos Estados Unidos, o principal fator estrutural de desvalorização da moeda americana.

  A taxa de risco-país brasileira (o Embi Brasil) recuava 1,76% no final da tarde de ontem, aos 389 pontos, pouco acima do piso histórico de 374 pontos, em outubro de 1997. O título da dívida soberana C-Bond subiu 0,30% enquanto o Global-40 avançava 0,93%. A melhora dos indicadores de risco representa um aumento do nível de confiança na economia brasileira pelos investidores internacionais e representa um custo financeiro menor para empresas brasileiras captarem recursos no exterior.


Fonte: Correio Braziliense