FMI avalia custo da crise financeira em US$ 1,3 trilhão
E.F.E.
Washington, 24 set (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou hoje para US$ 1,3 trilhão o custo da crise financeira, após a turbulência recente, mais de 30% acima de seu cálculo anterior.
O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, divulgou o novo número em uma conferência na sede do organismo e seu "número dois", John Lipsky, depois explicou o número em discurso na Califórnia.
Lipsky disse que os bancos europeus e americanos perderam entre US$ 640 bilhões e US$ 735 bilhões devido à queda do valor de seus ativos, principalmente em dólares.
O Socorro aos Bancos
Plano proposto ao Congresso dos EUA para aplacar a crise bancária
? Criação de fundo de até US$ 700 bilhões para comprar hipotecas residenciais e comerciais e títulos garantidos por essas hipotecas
? Compra de hipotecas por um prazo de 2 anos
? Governo poderá decidir como adquirir, administrar e utilizar as hipotecas e os títulos, incluindo criação de um fundo e nomeação de instituições financeiras privadas para fazer essa administração
? Os ativos devem ter sido originados ou emitidos antes de 17 de setembro de 2008
? As hipotecas e os títulos serão mantidos até o mercado se normalizar ou até seu vencimento
? Nenhum tribunal ou agência governamental poderá examinar as decisões do secretário do Tesouro, que prestará contas periodicamente ao Congresso
Ao acrescentar os prejuízos para outras instituições, de todo o sistema financeiro, as perdas subiram para US$ 1,3 trilhão, disse.
Em abril, o FMI tinha estimado o custo da crise em US$ 945 bilhões, equivalente a todo o Produto Interno Bruto (PIB) do México.
A crise financeira fez com que o FMI reduza "de forma modesta" suas perspectivas de crescimento mundial, mas esta "não impedirá em si mesma uma recuperação gradual" em 2009, disse Lipsky.
O arrefecimento econômico ocorre em todo o planeta, não só nos países avançados, disse, o que desmente a teoria de que as nações emergentes estavam de alguma forma isoladas das tribulações financeiras.
Lipsky também alertou sobre as repercussões da queda do setor imobiliário no Reino Unido, República da Irlanda e Espanha para seus próprios sistemas financeiros.
Nos Estados Unidos, há alguns sinais de desaceleração na redução dos preços dos imóveis, mas Lipsky insistiu em que a crise ainda não terminou.