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06/11/2008

Obama recebe difícil legado da crise financeira

Andrew Walker
Analista econômico da BBC News

EUA (arquivo)
Crise iniciada no mercado imobiliário será grande desafio para presidente eleito

O legado deixado para o presidente eleito Barack Obama colocará para ele duros desafios.
A economia dos Estados Unidos provavelmente está em recessão. Na melhor das hipóteses, haverá um período de crescimento fraco, o que provavelmente fará a taxa de desemprego aumentar.

Um consolo para Obama é que ninguém pode dizer que tudo começou na gestão dele.

Se há um presidente culpado, será George W. Bush.

Mas isso não alivia o peso nas costas do novo líder americano. Talvez a sua primeira prioridade será implementar o pacote de ajuda ao setor financeiro que dividiu profundamente o Congresso há apenas algumas semanas.

O Tesouro americano deu a partida, mas haverá mais trabalho a fazer e é concebível que o pacote de US$ 700 bilhões precise ser aumentado se os bancos sofrerem mais prejuízos resultantes de empréstimos problemáticos.

Provavelmente haverá mais insolvências no mercado imobiliário e já há um debate sobre medidas do governo para ajudar as pessoas que enfrentam a possibilidade de perder suas casas.

A crise bancária implica que regulamentação financeira seja outra área a entrar em evidência nos próximos anos.

Com Bush, a própria posição financeira do governo passou de excedente - com impostos mais do que cobrindo as despesas - para deficitária.

É provável que a situação se agrave, uma vez que a debilidade da economia vai levar a uma queda na arrecadação e também levar a mais gastos com salário-desemprego.

Haverá discussões sobre o uso de recursos do governo para estimular a economia, e isso pode acontecer. Isso, contudo, vai agravar o déficit do governo.

A economia já foi qualificada por alguns observadores como um cálice envenenado para o próximo presidente dos Estados Unidos.

Mas esta pode ser também uma oportunidade para que Barack Obama faça uma marca na história.