Obama recebe difícil legado da crise financeira
Andrew Walker
Analista econômico da BBC News
O legado deixado para o presidente eleito Barack Obama colocará para ele duros desafios.
A economia dos Estados Unidos provavelmente está em recessão. Na melhor das hipóteses, haverá um período de crescimento fraco, o que provavelmente fará a taxa de desemprego aumentar.
Um consolo para Obama é que ninguém pode dizer que tudo começou na gestão dele.
Se há um presidente culpado, será George W. Bush.
Mas isso não alivia o peso nas costas do novo líder americano. Talvez a sua primeira prioridade será implementar o pacote de ajuda ao setor financeiro que dividiu profundamente o Congresso há apenas algumas semanas.
O Tesouro americano deu a partida, mas haverá mais trabalho a fazer e é concebível que o pacote de US$ 700 bilhões precise ser aumentado se os bancos sofrerem mais prejuízos resultantes de empréstimos problemáticos.
Provavelmente haverá mais insolvências no mercado imobiliário e já há um debate sobre medidas do governo para ajudar as pessoas que enfrentam a possibilidade de perder suas casas.
A crise bancária implica que regulamentação financeira seja outra área a entrar em evidência nos próximos anos.
Com Bush, a própria posição financeira do governo passou de excedente - com impostos mais do que cobrindo as despesas - para deficitária.
É provável que a situação se agrave, uma vez que a debilidade da economia vai levar a uma queda na arrecadação e também levar a mais gastos com salário-desemprego.
Haverá discussões sobre o uso de recursos do governo para estimular a economia, e isso pode acontecer. Isso, contudo, vai agravar o déficit do governo.
A economia já foi qualificada por alguns observadores como um cálice envenenado para o próximo presidente dos Estados Unidos.
Mas esta pode ser também uma oportunidade para que Barack Obama faça uma marca na história.