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15/01/2009

Redução de impostos não pode virar lucro para empresas

Enviado por Míriam Leitão
Bom Dia Brasil

O governo pode e deve usar dinheiro público para mudar o quadro econômico, mas o erro é dar dinheiro para setores escolhidos, na expectativa de que eles não demitam. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deveria olhar o passado. Sempre que foi dado dinheiro para o setor automobilístico para não demitir, o setor demitiu. Isto, porque a administração da empresa considera que não é lógico manter trabalhador ocioso.

O governo deve incentivar a economia como um todo e não ajudar setores escolhidos. É preciso garantir é que a redução de impostos não engorde o lucro das empresas e, sim, que vire queda de preço do produto final.

Em São Paulo, empresários e sindicatos estão negociando redução da jornada e dos salários para manter o emprego. Quanto mais negociação direta houver entre sindicatos e empresas, melhor.

A queda nos juros - que voltou a ser pedida pelos empresários - ajudaria e muito. Os juros começarão a cair na semana que vem, com a reunião do Copom, talvez menos do que muita gente quer. Os juros estão em um nível estratosférico: 13,45%. É muito alto.

Como a inflação caiu, os juros podem cair. Mais importante do que a taxa básica - a Selic, decidida pelo Banco Central - é que os juros caiam para quem toma empréstimo - os juros bancários. Os bancos foram beneficiados com muita liberação de empréstimo compulsório - aquele dinheiro que eles têm que entregar ao Banco Central - mas eles ainda não reduziram os juros na ponta.

Ontem saíram vários números negativos da economia. A venda de papel ondulado caiu 15% em dezembro. Quando cai a venda de papel ondulado, é uma indicação de que há menos embalagem e menos produto fabricado para ser embalado. Então, é um indicador que mostra o futuro. O sinalizador da produção industrial de São Paulo deu queda de 13,5%, referente a dezembro.

É bom ter em mente que nós estamos no momento mais difícil da crise: os seis meses que vão de outubro a março. Os economistas acham que no segundo trimestre, mais tardar no segundo semestre, a economia brasileira começa a se recuperar.