icon
(47) 3326-3677

Blumenau / SC

icon
Atendimento

Segunda à Sexta
8h às 12h - 13h às 17h30

icon
Área Restrita

Exclusiva para Clientes

15/01/2009

Base da pirâmide social pode salvar empresas da crise

Patrícia Büll

As empresas que investiram e inovaram em produtos e serviços para o público das classes C e D sofrerão menos os efeitos da crise do que as voltadas ao consumidor de maior poder aquisitivo. Isso é o que aponta pesquisa do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo), da Fundação Instituto de Administração (FIA), que avaliou 75 das mil maiores empresas do Brasil.

De acordo com o coordenador do programa e do MBA Internacional da FIA, James Wright, vão sofrer menos os impactos da crise as empresas que trabalham com produtos de menor valor e em que a taxa de juro não é decisiva na hora da compra.

"As empresas que atendem as classes C e D têm mais estabilidade de caixa em momentos de retração econômica porque elas comercializam produtos essenciais", diz. Para ele, elas podem até crescer, pois os consumidores de maior renda migram para produtos de preço mais acessível.

Para Wright, quem ainda ainda não atende esses segmentos está atrasado, pois desde que o País iniciou a melhora do processo de distribuição de renda e de aumento real do salário mínimo, houve alta do consumo de bens populares.

Apelo popular ? Schincariol, Avon e mais recentemente Nestlé, são exemplos de empresas que apostaram no consumo da base da pirâmide e obtiveram sucesso. A Nestlé inaugurou em 2007 uma fábrica em Feira de Santana (BA), para atender a população do norte e nordeste. Além de massas instantâneas, cereais e café solúvel que a unidade fabril já produz, no ano passado a organização fez um novo investimento de R$ 50 milhões para triplicar a capacidade produtiva da unidade, que passará a elaborar também cereais matinais, lácteos, bebidas achocolatadas e iogurtes.

Também de olho no mercado de baixa renda, a Pepsico do Brasil inaugurou, em 2006, uma planta em Suape (PE), para a fabricação de salgadinhos da linha Elma Chips para atender todo o mercado nordestino. Já a Avon, com as vendas porta-a-porta, sempre esteve presente no ritual de beleza das mulheres das classes mais populares. Pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma que essa é uma estratégia acertada, pois as representantes dessa classe social consomem mais produtos de beleza do que as que estão no topo da pirâmide social.

Segundo a pesquisa, em 2007, o gasto médio da classe C com esses produtos era de R$ 122,84 por mês, acima dos R$ 120,99 gastos pela classe B e dos R$ 97,64 consumidos pelos mais ricos.