CFO precisa mudar postura para sobreviver ao IFRS
SÃO PAULO - A implantação das normas contábeis internacionais com base no modelo do IFRS transformará a atuação dos diretores financeiros ? e a adequação a esse novo cenário será crucial para sua permanência no mercado. A opinião é compartilhada pela cúpula de profissionais responsáveis pela adaptação das regras à realidade brasileira, entre eles professores e consultores.
Em declarações concedidas recentemente em reunião de fim de ano realizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o vice-coordenador de Relações Institucionais do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), Haroldo Levy, fez um alerta para o CFO, tanto de grande empresa quanto daquelas de menor porte: é necessário especialização.
?Ouvimos muitos CFOs e RIs [diretor de Relações com Investidores] e eles reclamam que o auditor não diz o que é necessário fazer. Mas é exatamente isso que mudou: não é mais papel do auditor dizer o que é preciso fazer, é necessário que o diretor financeiro saiba exatamente o que é preciso?, comentou, detalhando que é necessário que o principal executivo do departamento de finanças se aproxime da contabilidade da companhia.
A adequação a esse novo cenário vai nortear a sobrevivência do profissional. ?Não adianta: é necessário que, no mínimo, conheça-se o resumo das normas?, alertou o diretor da CVM e consultor da Fipecafi, Eliseu Martins.
Empresas de capital aberto deverão aderir ao IFRS ? um calhamaço de três mil páginas ? no balanço anual de 2010. No caso de companhias de capital fechado, o Conselho Federal de Contabilidade emitirá o documento ? com cerca de 10% do tamanho do principal ? ainda em dezembro, também com adesão para os próximos anos.
A proposta é adequar o modelo brasileiro ao praticado no continente europeu, garantindo mais transparência e atraindo investimentos externos. ?Com certeza o financeiro terá de mudar sua forma de agir. E sem dúvida vai melhorar muito a gestão?, finalizou Levy.