Carga tributária subiu para 35,45% do PIB em 2004, diz Dirceu
A carga tributária brasileira --resultado da arrecadação total de impostos dividida pelo PIB (Produto Interno Bruto, ou soma das riquezas produzidas por um país)-- subiu no ano passado para 35,45% do PIB, ante 34,88% em 2003.
A Receita Federal ainda não anunciou oficialmente os dados sobre a carga tributária, mas o ministro José Dirceu (Casa Civil) adiantou hoje a informação durante reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), que reuniu no Palácio do Planalto empresários, políticos e sindicalistas, entre outros.
A declaração foi dada pouco após o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, dizer que não há espaço para a redução da carga tributária porque o Brasil tem diversos problemas na área social e o governo precisa investir para resolvê-los.
Apesar do aumento, a carga do ano passado ficou ainda abaixo da registrada em 2002, último ano do governo FHC, quando a relação entre o total da arrecadação e o PIB foi de 35,53%.
Segundo Dirceu, "a determinação do governo é não permitir a elevação da carga tributária" na comparação com 2002, último ano do governo FHC.
O ministro aproveitou a oportunidade para dizer que o objetivo é melhorar a gestão do dinheiro público, e defendeu os gastos realizados pelo governo.
Ele disse que é essencial que o governo invista mais em infra-estrutura, e isso irá acontecer.
"Se nós não modernizarmos os sistemas rodoviários, ferroviários e portuários, haverá um estrangulamento dessas áreas, como o que já aconteceu no país com o sistema elétrico", disse ele. Em 2001, o país foi obrigado a economizar energia elétrica devido à falta de investimentos nos anos anteriores.
Além disso, o ministro disse que 17 novas hidrelétricas devem ser licitadas neste ano --já há 16 em construção.
Para o ministro, esses investimentos serão feitos por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e com as PPPs (Parcerias Público Privadas).
Fonte: Folha de São Paulo