Empresas ganham manual para assembleia e conselhos
Várias companhias brasileiras já consolidaram seus modelos de governança corporativa. Porém, há tantas outras que precisam de orientação.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lança amanhã (1) dois cadernos com recomendações de boas práticas de governança corporativas: um trata de assembleias de acionistas e o outro de reuniões do conselho de administração.
"As cartilhas trazem um conjunto de orientações que visa contribuir na elevação do nível de transparência e eficiência das companhias brasileiras", explica José Luis Bichuetti, coordenador da comissão de boas práticas do IBGC.
De acordo com o executivo, o caderno que trata de boas práticas para assembleias de acionistas orienta às empresas a estimular a participação do minoritário, bem como a exposição das suas ideias.
"Muitas vezes, em pouco mais de 30 minutos, os acionistas majoritários tomaram determinadas decisões e os minoritários não exerceram o direito de expor sua opinião. Essa é uma das grandes lacunas que vemos no Brasil", ressalta.
O caderno também sugere que o principal executivo da companhia participe da assembleia.
"É importante que acionista ouça do presidente as expectativas e projetos da empresa. A prática é bastante comum no exterior ", diz Bichuetti.
A mesma orientação é dada para as reuniões do conselho de administração. Porém, um dos principais problemas das reuniões de conselheiros administrativos, segundo o coordenador da comissão de boas práticas do IBGC, é a distribuição do tempo.
"Perde-se muito tempo discutindo o passado e pouco se fala dos projetos futuros. "
Além disso, a publicação que trata das reuniões do conselho de administração traz orientações sobre todas as providências que devem anteceder o encontro, bem como sugere temas de discussão recomendável ou obrigatória, formas de abordagem e de condução da reunião, debates, votações, conflitos de interesses, e ainda direciona quanto à divulgação, monitoramento e implementação de todas as decisões e recomendações aprovadas em cada reunião.
"Decidimos incluir, no final do caderno, um conjunto de perguntas que os conselheiros devem fazer a si mesmos e à companhia. São 150 perguntas divididas em oito tópicos", completa.