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22/07/2010

De volta aos tempos do papel

Empresas estão abrindo mão da tecnologia para controlar o horário de entrada e saída dos funcionários. O motivo: evitar o gasto de cerca de R$ 2 mil para trocar a máquina do ponto, conforme exigência do Ministério do Trabalho e Emprego. A partir de 21 de agosto, a Portaria 1.510 obrigará o uso de equipamento que imprima um comprovante do horário para o trabalhador, na intenção de extinguir fraudes ou modificações nas informações registradas.

Alguns empresários ainda não sabem que medida adotar, outros já adquiriram o equipamento e há os que optaram por retroceder ao tempo do ponto mecânico e do livro-ponto. A Belli Studio, empresa de edição gráfica, está pronta para abandonar a era digital. A gerente Aline Muxfeldt da Silva explica que, como são apenas 12 funcionários, o investimento é inviável.

O contabilista Thiago Kaufmann, da Contabilidade Prasco, prepara os 14 funcionários para fazer as anotações sobre a jornada de trabalho a caneta. As planilhas estão prontas e serão usadas em agosto.

? Considero um retrocesso, mas como a empresa é pequena, não temos como comprar outra máquina ? lamenta.

Kaufmann explica que o novo sistema deixará o cálculo da folha de pagamento suscetível a erros. Antes, com os dados registrados no ponto eletrônico, o salário era calculado automaticamente. Com a portaria, o empresário deverá somar o número de horas trabalhadas para depois fazer o cálculo e chegar ao valor mensal. Há margem para erros de digitação ou de preenchimento.

O chefe de Fiscalização da Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Blumenau, Júlio César Rhenns, afirma que métodos como o mecânico e o livro-ponto são mais difíceis de adulterar se comparados à máquina atual, onde o funcionário bate o cartão, mas a empresa tem acesso ao sistema e pode modificar horários.

Demanda alta estende prazo de entrega do equipamento

A Circuitec, de Blumenau, é uma das 64 empresas cadastradas no Ministério do Trabalho para fabricar a nova máquina. Ela contratou cinco funcionários para dar conta da demanda. O diretor José Gil Zips explica que a entrega do produto leva aproximadamente um mês. O custo varia entre R$ 1,8 mil e R$ 2,3 mil.

A Dudalina, por exemplo, gastou em torno de R$ 45 mil para se enquadrar às novas exigências.

? Vamos cumprir mesmo não concordando com a emissão de comprovantes. Isso vai contra a nossa visão de sustentabilidade ? critica a gerente de RH da empresa, Tetê Barbeta.