Brasileiros pagam R$ 9 bi de juro ao mês
Feita a pedido da Agência RBS, a estimativa leva em conta a média das taxas cobradas de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, separadamente, na modalidade de recursos livres, que representam 57% do total.
Os números do BC ainda forneceram mais um indício de que o brasileiro não está acomodado em pagar juros altos, ao contrário da polêmica declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto os financiamentos via cartão de crédito tiveram uma queda representativa de R$ 400 milhões em março, comparados com fevereiro, o volume de empréstimos consignados (com desconto em folha de pagamento), que têm taxas mais baixas, cresceu 9,8%.
Taxa Selic afeta consumo
Também contradizendo afirmações de Lula, a alta da taxa Selic está, sim, afetando o consumo. Os dados do BC mostram que a média diária de concessão de crédito está caindo, indicando que o juro vem inibindo decisões de consumo e investimento.
Considerando o acumulado nos últimos 12 meses, o volume de recursos destinado às operações de crédito cresceu 21% e alcançou R$ 506 bilhões.
Esse valor representa 26,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior desde maio de 2002, quando era de 26,8%. Oliveira lembra que parte desse crescimento é devido justamente às altas taxas, porque o BC calcula o acumulado das operações, que embutem o juro.
Mesmo assim, ainda é uma taxa de financiamento considerada modesta, já que países desenvolvidos têm média de 100% do PIB financiado.
Fonte: Jornal de Santa Catarina