Confiança do pequeno empresário aumenta no final do ano
A confiança do pequeno empresário está maior neste final de ano. O índice referente ao quarto trimestre de 2012 atingiu o valor de 74,6 pontos, aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (74,1 pontos).
"Acreditamos que o resultado reflita a expectativa com as datas comemorativas de fim de ano, dia das crianças e natal, os quais, historicamente, contribuem aumento nas vendas do comércio --setor que apresentou maior elevação no otimismo", disse Marcelo Malanga, diretor executivo de pequenas e médias empresas do Santander.
O indicador, elaborado desde 2008 pelo Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e com apoio do Santander, é ligeiramente superior ao valor alcançado pelo índice no mesmo período de 2011 (73,7 pontos).
A escala máxima é de 100 pontos e são ouvidas 1.200 empresários de todas as regiões do Brasil.
Segundo o levantamento, existe uma tendência de estabilização nas perspectivas de investimento dos empresários de pequenos e médios negócios (71,3 pontos).
No entanto, foi constatada uma queda na intenção de contratação de empregados, que saiu de 68,2 pontos no terceiro trimestre do ano para 67,5 pontos no quarto trimestre, recuo de 0,92 ponto percentual.
As maiores pontuações foram obtidas em faturamento, lucro e ramo, com 79 pontos e 77,9 pontos respectivamente --no total, é verificada percepção com relação à economia, ramo, faturamento, lucro, empregados e investimentos.
Para empresários, pior já passou, diz coordenador de pesquisa sobre empresas
Para José Luiz Rossi, 40, coordenador de pesquisa realizada pelo Insper e o banco Santander, que aponta o aumento da confiança dos pequenos e médios empresários para o próximo trimestre, a melhoria na percepção deles sobre o cenário econômico atual foi fundamental para o resultado.
"Eles sentiram um recesso no crescimento durante o ano, mas na cabeça deles, o pior já passou", diz o professor do Insper.
O estudo, divulgado hoje, revela que as expectativas positivas dos empreendedores subiram 0,67% em relação ao três meses anteriores e alcançou 74,6 pontos.
O otimismo na economia também cresceu 4,11%, passando de 71,2 pontos no terceiro trimestre do ano para 74,1 pontos no quarto.
Contratações
No entanto, os números não mostraram as empresas tão convictas em questões como a intenção de contratação (queda de 0,92% de um período analisado para o outro). O professor acredita que o resultado tenha sido "normal".
"Quando você tem esses movimentos cíclicos, de uma piora no crescimento e depois uma retomada, o emprego é a última variável a responder. Principalmente porque no Brasil tem todas aquelas regras trabalhistas e o mercado de trabalho é um pouco mais engessado. O empresário tenta confirmar que a retomada é verdadeira e aí começa a contratar".
Rossi afirma ainda que as recentes medidas do governo para aquecer a economia e retomar o crescimento, como a queda das taxas de energia para indústrias e a redução no IPI, pouco influíram no desempenho das pequenas e médias empresas.
Segundo o professor, os resultados em aspectos como a expectativa de abertura de vagas poderia ser melhor caso isso ocorresse. "O que mais representa para o pequeno e médio empresário é o custo do trabalho. Acredito que eles esperavam alguma medida, mas basicamente não houve nada com relação a isso", diz.
A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 5 de setembro e ouviu 1200 empresários das cinco regiões do país. No índice, quanto mais o valor estiver próximo de cem, maior a confiança no quesito avaliado.
Fonte: Folha de S.Paulo