icon
(47) 3326-3677

Blumenau / SC

icon
Atendimento

Segunda à Sexta
8h às 12h - 13h às 17h30

icon
Área Restrita

Exclusiva para Clientes

07/07/2005

Imposto pesa mais ao trabalhador

 

 

Assalariados pagam em tributos diretos no Brasil proporcionalmente o dobro do que paga quem é patrão - tanto entre os mais ricos quanto entre os mais pobres.

Dados preliminares de um detalhamento da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003, feita pelo IBGE, revelam que, entre os 10% mais ricos da população (com renda per capita superior a R$ 957,96 por mês), os empregados têm seus rendimentos pessoais abocanhados em 16%, e os donos de empresas empregadoras, em 8%. Entre os 10% mais pobres (com renda mensal per capita de até R$ 40,89), os trabalhadores pagam 4%, e os patrões pagam 2%.

Elaborado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, o detalhamento mostra que 9,5% da renda total das pessoas físicas no país são gastos com tributos diretos como Imposto de Renda da pessoa física, IPTU e contribuições previdenciárias.

"Cobrança no país é distorcida"

O estudo considera sempre a tributação direta sobre as pessoas físicas, separando as famílias pela espécie de rendimento predominante e pelas faixas de renda per capita. No caso dos empregadores, não são computados os tributos pela pessoa jurídica.

- No caso dos tributos diretos, fica evidente que o trabalhador assalariado paga muito. O detalhamento só reforça o que a gente já sabe: que os tributos no Brasil atuam de forma distorcida - afirma Bernardo Diniz, pesquisador do Cebrap.

A baixa progressividade da tributação direta é outro ponto relevante. Enquanto as famílias de menor renda direcionam cerca de 4% do que ganham ao pagamento desses tributos, as que têm os mais altos ganhos (os 10% mais ricos) contribuem com 12%. De um extremo a outro, a renda per capita salta de R$ 23,80 ao mês para R$ 2.126,53.

No Brasil, a carga da tributação indireta - aquela que é repassada no preço dos bens de consumo - é bem mais elevada do que nos países desenvolvidos.

 

Fonte: Diário Catarinense