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09/08/2013

Desemprego em serviços é o mais alto desde 2009

As atividades de comércio e de serviços registraram em junho deste ano as mais altas taxas de desemprego para o mês, desde a crise global em 2009, segundo dados do IBGE. Para economistas consultados pelo Valor, o cenário acende sinal de alerta para o mercado de trabalho como um todo, porque esses dois setores respondem por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e representam cerca de 75% dos empregos formais.

Segundo analistas, a piora no desempenho dos dois segmentos -os que respondem pela maior parte das vagas abertas - pode ser o prenúncio de trajetória ascendente na taxa de desemprego, atualmente em 6%.

Embora a taxa de desocupação de junho deste ano tenha sido superior a maio (5,8%), o IBGE não considera o avanço significativo. Mas as disparidades nas taxas deixam de ser tênues quando se analisa a desocupação por atividade. A taxa de desemprego para comércio, reparação de veículos e de objetos pessoais e domésticos foi de 4,1%, a mais alta para o setor na comparação com meses de junho, desde 2009 (4,7%). Em serviços prestados a empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira, a taxa foi de 3,9% em junho, também a maior desde 2009 (4,3%).

Cauteloso, o economista Cimar Azeredo, economista do IBGE, diz que essas taxas foram influenciadas por um ritmo menor de efetivação de temporários, nos dois setores. Já para José Marcio Camargo, professor do Departamento de Economia da PUC-Rio e economista da Opus Gestão de Recursos, "há tendência de aumento na taxa de desemprego". Segundo Camargo, o peso expressivo de comércio e de serviços na economia real torna mais preocupante a deterioração do mercado de trabalho nesses setores. Ele não descarta a possibilidade de que a taxa de desemprego suba para 6,5% até 2015.

O economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa, diz que. "as vendas do comércio estão estagnadas desde o fim de 2012", ao falar sobre os números do desemprego. Lembrou também o ainda elevado endividamento das famílias e o patamar expressivo de inadimplência. Rosa também projeta taxa de desemprego de 6,5% em um ano.

Caso as vendas do comércio varejista se mantenham fracas, com continuidade de atividade econômica menos aquecida, isso desestimulará novas contratações no comércio e serviços nos próximos meses, disse o ex-diretor do Banco Central e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas. "Se o comércio não vende, também não contrata." Para Freitas, ainda é cedo para dizer se o atual desemprego em alta em comércio e em serviços vai continuar.

Segundo Freitas, é preciso esperar os resultados no terceiro trimestre, quando são contratados temporários para atender a demanda do fim de ano. "Esses segmentos efetivam em torno de 20% a 30% dos temporários. Caso fique abaixo disso, seria sinal mais claro de deterioração do emprego." Segundo o economista, a procura por temporários este ano será bem menor que em 2012. "As vendas em datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados foram menores do que as do ano passado."

Valor Econômico