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30/08/2013

PMEs são nicho de alto potencial

Mesmo diante de uma economia que não deve avançar mais do que 2% este ano, os bancos estão investindo pesado no aumento da concessão de crédito para pequenas e médias empresas (PMEs), nicho ainda não explorado em sua plenitude no Brasil.

Hoje, o setor representa 98% de todas as empresas formais do país e vem apresentando taxas de sobrevivência cada vez melhores, indo de 50% no início da década para 73% agora, segundo cálculos da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Outro dado importante é que 67% das ocupações no setor privado e 40% da remuneração da força de trabalho brasileira vêm das PMEs, o que equivale a US$ 282 bilhões por ano. O valor é superior ao PIB chileno, estimado em US$ 248 bilhões. Nesse cenário, vale ressaltar que apesar do aparente desânimo do empresariado em relação ao desempenho da economia, as PMEs estão no centro das metas de crescimento dos grandes bancos no Brasil.

Tanto que foram o ponto principal do discurso do novo presidente do Santander no Brasil, Jesus Zabalza, na conferência anual sobre América Latina realizada em junho pelo banco espanhol. "O Brasil possui um setor robusto de PMEs, que saiu do empreendedorismo de exceção e está inaugurando uma nova fase, com número crescente de empresas formais", disse Zabalza, que projeta crescimento de 1 milhão de novos clientes e estoque de R$ 50 bilhões na carteira de PMEs. O segmento fechou junho em R$ 35,58 bilhões e representa 16% do total de crédito concedido pelo Santander no Brasil.

Outra forma de olhar o cenário macroeconômico pelo seu revés é a história do copo meio cheio, na opinião de José Ramos Rocha, diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco. "Se eu comparar o desempenho da carteira de crédito para PMEs este ano com o ano passado, posso ficar otimista. O avanço foi de 11,3% até junho, com R$ 121,1 bilhões, de um total de R$ 402,5 bilhões", avalia. Mas assim, o Bradesco teve que refazer suas projeções de crescimento nas concessões de crédito para este ano. De um avanço entre 13% e 17%, antes, passou para 11% a 15%.

Um ponto de atenção é que com o fluxo de caixa mais apertado, as empresas estão demandando mais crédito de curto prazo. As linhas mais procuradas têm sido para capital de giro, descontos de cheques e duplicatas e antecipação de vendas com cartões. "A demanda por crédito de curto prazo é característica de PMEs. Como o Itaú possibilita a contratação de algumas linhas direto pela internet, essa é uma tendência cada vez mais forte", afirma Carlos Eduardo Maccariello, diretor de produtos empresas do Itaú Unibanco. (RL)

Fonte: Valor Econômico