Micro e pequenas devem se aproximar de agropecuária
As micro e pequenas empresas (MPE) devem se aproveitar do crescimento do setor agropecuário, aproximando-se das empresas dessa área. A agropecuária foi o setor que mais cresceu no ano passado, em 7%. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados ontem, apontam que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) resultou em 2,3% em 2013.
Para o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Evaldo Alves, "o Brasil vem se afirmando como um País agrícola, o que puxou o crescimento foi o agronegócio, isso é ruim porque os outros setores tiveram crescimentos bem modestos e a gente deveria crescer em todos os setores", disse. "As empresas menores devem se vincular com as empresas maiores deste setor que é o de atividade mais dinâmica", completou. O setor industrial registrou crescimento de 1,3% e o de serviços de 2%.
Já o economista da Fundação Instituto de Administração (FIA), Carlos Honorato, não acredita que esse crescimento seja suficiente para fomentar novos negócios. "Estamos vivendo em um ambiente de pleno emprego e isso não favorece o empreendedor. O crédito está ruim e o ambiente de negócios do Brasil não ajuda", disse. Ele apostou que áreas como tecnologia da informação, serviços de internet e aplicativos de celular são as mais promissoras, mas alerta que "é importante ter uma diferenciação em relação aos outros e ver bem os preços e os custos", completou.
A gerente de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, observou que apesar do setor agropecuário ter crescido mais, foi o setor de serviços o que deu maior contribuição no dado fechado. "Olhando para a maior contribuição ao crescimento esta continuou sendo dos serviços até pelo peso, já que 75% da economia total vêm dos serviços, então contribuiu positivamente com 1,4% de crescimento", disse a especialista.
Outro destaque foram os investimentos, com 6,3% na Formação Bruta de Capital Fixo, pelo aumento da produção interna de máquinas e equipamentos. "A grande diferença com relação a 2012 foi o desempenho dos investimentos. Os investimentos tinham caído em 2012 contribuindo negativamente e agora cresceram mais do que o consumo das famílias, e as despesas de consumo do governo e contribuiu junto com a variação de estoque positivamente", afirmou Rebeca. Por outro lado, o setor externo contribuiu negativamente para o PIB, com as importações de bens de serviços crescendo mais que as exportações, respectivamente 8,4% e 2,5%.
A taxa de investimento no ano de 2013 foi de 18,4% do PIB, ligeiramente acima do observado no ano anterior (18,2%). A taxa de poupança foi de 13,9% em 2013 (ante 14,6% no ano anterior). Sob a ótica da demanda, o consumo do governo atingiu em 2013 o seu maior peso no PIB desde o ano 2000. Segundo o IBGE, a fatia chegou a 22%, ante os 21,3% do ano anterior. O menor peso foi registrado em 2000 e em 2004, com 19,2%, cada.
Acima
O crescimento do Brasil em 2013 ficou acima do registrado pelos Estados Unidos (1,9%) e Reino Unido (1,9%), mas abaixo da média mundial projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de 3%,
O Brasil ficou acima ainda da África do Sul (1,9%), Alemanha (0,4%), Espanha (-1,2%), França (0,3%), Itália (-1,9%), do Japão (1,6%), México (1,1%), da Bélgica (0,2%) e zona do euro (-0,4%). "Não fizemos a comparação com os Brics porque Índia e Rússia ainda não divulgaram o PIB", disse Rebeca.
Ela colocou ainda que os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), linhas de crédito imobiliário e programas como o PAC e o Minha Casa Minha Vida ajudaram a acelerar os investimentos no ano passado. "São programas que influenciaram positivamente", destacou.
DCI- SP