Bom senso na relação pessoal no trabalho
Manter um relacionamento pessoal no ambiente de trabalho requer bom senso e profissionalismo. Assim orientam gestores de RH sobre o tema. No entanto, há divergências quando são indagados se namoro ou parentesco entre funcionários afetaria a produtividade e a imagem do empregado.
Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), Paulo Sardinha afirma que não há razões para rejeitar um casal ou parentes trabalhando na mesma organização. Ele dá dicas para trabalhar com sua cara-metade ou um parente e não ter problemas. Entre elas conhecer a política da empresa sobre o assunto, evitar se relacionar com alguém em posição superior ou inferior e guardar o romance para depois do expediente.
“Gestos apaixonados podem causar constrangimento e render fofocas. Lave a roupa suja em casa. Nunca leve discussões pessoais para a empresa”, observa
Sardinha explica que o gestor não deve adotar postura diferenciada em relação a funcionários que formam casal ou são parentes, por se tratarem de profissionais como todos os outros. Ele ressalta que o que não pode faltar é comportamento adequado ao local de trabalho. “O gestor não tem que cuidar de relacionamento de funcionários, eles que precisam se comportar adequadamente”, opina.
Outro ponto delicado apontado por Sardinha é a possibilidade de subordinação. Ou seja, quando um deles passa a chefiar o outro. “De uma forma geral, as empresas procuram evitar tal situação. Assim, os gestores previnem boatos que podem prejudicar o ambiente de trabalho e até mesmo a carreira de quem é alvo de um comentário maldoso”, informa.
Consultora empresarial e pessoal, Bet Braga comenta que muitos desses profissionais ainda sofrem preconceito e falta de reconhecimento. Ela conta que atende a um profissional que é filho do dono da empresa. “Ele é sempre o primeiro a chegar no trabalho e o último a sair. Faz tudo para provar que está no cargo por mérito apenas. Apesar disso, tem dificuldade de lidar com a situação e está com baixa autoestima”, relata.
Bet ressalta ser necessário ter ética e responsabilidade nesta situação para não provocar problemas com a equipe de trabalho. “Do contrário, as pessoas começam a duvidar se o profissional pode estar naquele cargo”, acrescenta.
EVITAR HIERARQUIA
Maurício Seixo, especialista RH da Sixmind Consultoria Empresarial, lembra que a organização não pode interferir nas relações pessoais de seus empregados, mas pode entender que elas não são benéficas para a empresa e, dessa maneira, evitar que essa situação aconteça desde o processo seletivo. Seixo conta que se o casal se forme depois de estarem na organização a medida passa a ser evitar a possibilidade de hierarquia entre eles. “Assim, evitam situações embaraçosas ou a prejudicar os resultados da organização”, ressalta o consultor da Sixmind.
O Dia