Taxa de desemprego em março chega a 6,2%, a pior desde 2011, diz IBGE
Com a economia desacelerando e mais gente à procura de vagas, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas chegou a 6,2% em março de 2015 –em março de 2014, era de 5,1%.
Trata-se do mesmo índice de março de 2012 e a pior taxa mensal desde maio de 2011, que foi de 6,4% (veja gráfico abaixo). O rendimento teve a pior queda desde 2003 (leia mais abaixo).
Em fevereiro deste ano, a taxa de desemprego era de 5,9%. O dado é da Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (28).
O resultado fica um pouco acima da expectativa de 32 economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, de que a taxa atingisse 6,1% no mês.
A pesquisadora do IBGE Maria Lúcia Vieira afirma que os primeiros trimestres costumam registrar alta no desemprego, mas a situação historicamente melhora a partir de abril.
No entanto, diz Vieira, mesmo sem ter ocorrido um aumento significativo do desemprego em relação a fevereiro, este ano há "mais pessoas procurando trabalho do que no ano anterior". "Este pode ser um efeito conjuntural", diz.
POPULAÇÃO DESOCUPADA SOBE 23,1% EM UM ANO
O contingente de pessoas à procura de emprego nas principais regiões metropolitanas brasileiras teve aumento em março de 23,1% em comparação com o mesmo mês de 2014.
Hoje, essa população é de 1,5 milhão, uma adição de 280 mil pessoas em relação a março. O número é estável em relação a fevereiro.
A maior procura por emprego pode significar, segundo o IBGE, mais trabalhadores que perderam ocupação e ainda procuram vaga, pessoas que foram pressionadas a procurar emprego devido à queda na renda familiar ou, ainda, segundo Vieira, "pessoas que estão vendo boas oportunidades no mercado e decidiram procurar".
RENDIMENTO TEM MAIOR QUEDA DESDE 2003
Já o rendimento real (descontada a inflação) médio foi de R$ 2.196 em fevereiro, segundo dados revisados, para R$ 2.134,60, uma queda de 2,8%.
É o pior resultado na comparação entre um mês e o mês anterior desde janeiro de 2003, quando havia sido registrada queda de 4,3%
Na comparação de março de 2015 com março de 2014, quando a renda estava em R$ 2.200,85, a queda foi de 3%.
PORTO ALEGRE LIDERA AUMENTO
Na comparação com março do ano passado, as piores variações no contingente de desocupados foram de Porto Alegre (67,9%), Recife (51,8%), Rio de Janeiro (38,6%), Salvador (35,4%) e Belo Horizonte (32,3%). Em São Paulo, o contingente permaneceu estável.
Em relação a fevereiro, o rendimento médio caiu 6,8% em Salvador, 4,4% em Porto Alegre, 3,1% em Belo Horizonte, 2,6% no Rio de Janeiro, 2,3% em São Paulo e 1,4% no Recife.
Folha de São Paulo