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19/02/2016

Corte de custos: 7 dicas do especialista

Crise. Quem empreende -ou vive no meio de empreendedores- sabe que há meses não se fala em outra coisa. É lamento de um lado, raiva do outro, medo e muita desconfiança. Diante de um cenário de tanta instabilidade lá fora, uma coisa é certa – olhar para dentro do seu negócio é a melhor saída.

É o que Fernando Massi, sócio da rede de franquias Ortodontic Center, tem feito. Após o grande crescimento da rede nos anos de ouro das classes C e D, a volta a um cenário pouco favorável fez o empresário rever os custos da empresa.

Encontrou sobras em toda a parte -da folha de pagamentos à conta de energia elétrica. “Cada unidade foi relaxando com os custos, mas se você multiplica isso por 200, no fim a despesa é grande”.

Trocaram o telefone pela mensagem de texto para a confirmação de consulta, adicionaram todo tipo de sensores para desligamento automático de aparelhos sem uso e o resultado foi marcante: cerca de R$ 3 mil de economia por mês em cada uma das unidades.

“Olhamos todos os processos um por um, vimos tudo que era possível automatizar e fomos em frente”, resume Massi.

Há empresas e profissionais especialistas em passar a tesoura nas despesas das suas empresa. Veja quais são as dicas de Fernando Macedo, da Expense Reduction Analysts, para cortar os custos certos.

Eleja um responsável

Antes de mais nada, escolha quem vai ser o responsável pelo monitoramento dos custos dentro da empresa. Essa pessoa não precisa ser um especialista em corte de despesas – até porque esse tipo de profissional é muito valorizado e tem uma remuneração média bastante alta.

“Esse funcionário tem de ser orientado para observar as despesas do negócio, ficar de olho quando os gastos estão aumentando e procurar formas de interromper esse aumento no orçamento”, diz Macedo.

Mude a cultura da empresa

Na maior parte das empresas, o maior foco da equipe administrativa fica na receita, o que, na visão de Macedo, é um erro.

“Se não houver igual atenção na gestão das despesas, tudo o que entrar no caixa vai sair facilmente e a empresa não vai crescer”, afirma o especialista. Por isso, vale a pena investir em aculturar sua empresa para que todos os funcionários busquem trabalhar dentro de um modelo enxuto.

Renegocie com fornecedores

Se a crise está na sua porta, tenha certeza que ela também anda querendo entrar em outras empresas. Por isso, seus fornecedores devem estar mais abertos a renegociação –em tempos difíceis, o cliente é ainda mais valioso.

“Os fornecedores estão olhando com mais atenção para os clientes de menor porte, aproveite isso”, recomenda Macedo.

Readeque a estrutura ao tamanho de sua produção

As vendas caíram, os contratos não foram renovados e você continua com a mesma estrutura de produção? Tem algo errado com a sua gestão.

Não adianta ir direto para a folha de pagamento, sem observar atentamente a estrutura de gestão, de produção e de entrega que você criou. “Quando você corta pessoas antes de olhar os outros custos, você abre mão de inteligência e de investimento, enquanto há itens menos relevantes que podem ser dispensados.”

Seja racional

Entre os recursos que podem ser dispensados, nenhum item é intocável – é preciso estar atento aos processos e às rotinas da empresa.

Por exemplo, muitas empresas tem pacotes de serviços contratados de acordo com o cargo do funcionário. Para Macedo, esse é um erro comum.

“Por que um diretor, por exemplo, precisa de um pacote imenso de dados e telefonia se ele permanece a maior parte do dia no escritório?”, questiona. Por outro lado, diminuir o pacote de telefonia de um vendedor, que passa o dia inteiro na rua, não parece ser a decisão mais racional.

Atenção à frota

A mesma racionalidade serve para o frete e para a frota. Em vez de disponibilizar um motorista e um veículo por executivo, é possível seguir o exemplo de muitas empresas estrangeiras, que fazem o transporte dos executivos em vans – não só é uma forma de economia como também estreita o relacionamento entre as lideranças.

Conscientize

A boa e velha campanha de conscientização nunca sai de moda. Não custa nada deixar lembretes espalhados pela empresa para evitar os desperdícios de água, luz e papel.

Por mais óbvio que pareça, às vezes, as pessoas precisam de um empurrãozinho para poupar recursos e colaborar ainda mais para os bons resultados da empresa.

Diário do Comércio