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22/04/2016

Aprovação do impeachment muda ânimo nos negócios

A aprovação do impeachment pela Câmara dos Deputados não muda no curto prazo o cenário dos negócios. Os próximos meses serão difíceis para a economia, mas desde ontem o que mudou foram as expectativas de que no médio prazo um futuro melhor nos aguarda.

Eu conversei agora há pouco com o economista Gilmar Mendes Lourenço e com o presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), Mario Berti, e ambos reconhecem que daqui para frente o ânimo dos empresários será diferente, uma vez que teremos uma nova visão em relação aos investimentos. O presidente da Fenacon lembra que o mercado até então estava totalmente estagnado e nenhum projeto era aprovado.

Para o economista, e professor da FAE Business School, Gilmar Mendes Lourenço, os tempos continuarão difíceis, diferente do que aconteceu em 1992, quando da instauração do impedimento, e posterior renúncia, de Fernando Collor e posse do vice-presidente Itamar Franco. Na ocasião, lembra Gilmar, a nova administração nasceu com um grande fluxo de capital de confiança e com ampla capacidade de negociação com o Congresso Nacional. Hoje, segundo Gilmar, por mais seis meses, ainda ficaremos em compasso de espera, mas se o novo governo assumir terá cacife político para aprovar um grande pacote de reformas, sem contar que encontrará pela frente a esperança da população de que os tempos vão melhorar.

Eu perguntei ao Gilmar Lourenço sobre a questão do desemprego, e ele me disse que no curto prazo as empresas continuarão demitindo, e prevê que a taxa de desemprego pode chegar a 10% no segundo semestre. Ele justifica isso ao fato de que num curto espaço de tempo o governo não terá como reduzir as taxas de juros e nem lançar um pacote de bondades, de forma que a economia continuará retraída. Para o economista e professor da FAE, o momento é de cautela, mas o empresário que tiver condições financeiras para investir no futuro será favorecido pela reversão do quadro político.

Já o presidente da Fenacon me disse que o empreendedorismo por necessidade vai continuar e até que a economia entre nos eixos, o Microempreendedor Individual (MEI) será a melhor opção para que os trabalhadores que perderam seus empregos continuem sobrevivendo. Mario Berti só lamenta que dos quase 6 milhões de microempreendedores individuais que aderiram ao MEI desde que ele foi criado em 2009, nada menos do que 50% não estão conseguindo pagar as suas contribuições, que variam de R$ 45 a R$ 50 por mês.

Mirian Gasparin