Empresas querem novo padrão contábil
Fonte: O Estado de São Paulo
Data: 30/08/2005
As empresas brasileiras estão cada vez mais interessadas na utilização das normas internacionais de contabilidade para a elaboração de relatórios financeiros, segundo pesquisa da auditoria KPMG.
Entrevista com 70 companhias em maio deste ano mostrou que 46% já usam o International Financial Reporting Standards (IFRS) na confecção de demonstrações de resultado. É mais do que o dobro do apontado em pesquisa realizada pela auditoria em 2003, quando apenas 20% dos participantes afirmaram se basear nas regras.
Segundo o levantamento, o número de companhias que ainda não usam, mas estão em processo de implementação do padrão internacional, subiu de 16% para 25% na mesma comparação. Ao mesmo tempo, os que não utilizam nem têm planos de usar caíram de 20% para 6% de 2003 para 2005.
Este ano é o terceiro consecutivo
Ele destacou que, ao longo dos anos, a necessidade atual das empresas por maior conhecimento sobre o IFRS aumentou significativamente, de 28% em 2003 para 63% em 2005. Neste ano, o número de empresas que desconhece as regras corresponde a apenas 29%, enquanto em 2003 e 2004 o porcentual era de 41%.
Carvalho lista diversos motivos para o maior interesse das companhias. Várias têm de fazer relatório em IFRS para atender exigências da matriz européia. Outras usam as normas internacionais para atrair compradores para os títulos lançados no exterior ou para conseguir empréstimos de bancos estrangeiros. "É a linguagem comum na Europa, entendida pelos investidores."
O que também tem contribuído para elevar o uso do padrão contábil internacional é o aumento das exportações. "Os compradores dos produtos brasileiros desejam conhecer financeiramente as empresas com as quais fazem negócio, por isso a necessidade dessas companhias terem resultado no padrão internacional", explicou Carvalho.
O IFRS surgiu na Europa como contraponto ao modelo americano - o US Gaap. Entretanto, há um cronograma para harmonização das normas dos dois padrões de contabilidade, o que deve facilitar o entendimento das empresas pelos investidores. No Brasil, não há nenhuma exigência para se utilizar os modelos europeu ou americano de contabilidade.
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