Vendas no varejo crescem em 2018 e devem manter alta este ano, diz CNC
As vendas no varejo cresceram em 2018 e tendem a continuar em alta em 2019. A previsão de crescimento tem uma projeção de alta de até 5,6% este ano. É o que diz a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “Para 2019, o maior ritmo de atividade econômica e o papel desempenhado pelo consumo das famílias no PIB deverão permitir que as vendas no varejo mantenham tendência de alta. Com o ambiente de inflação ainda baixa e juros efetivos menores, a CNC projeta alta de 5,6% no volume de vendas do varejo ampliado e de 3,0% no conceito restrito”, afirma a CNC em nota.
Em números, após quatro anos, houve uma retomada da abertura líquida de lojas em 2018: cerca de 8,1 mil. Consequentemente, o número de empregos no setor varejista também cresceu: houve a oferta de mais 71,5 mil vagas. Segundo Fábio Bentes, chefe da Divisão Econômica do CNC, a expectativa de 2019 é também de crescimento. “Pode-se estimar que em torno de 25 a 30 mil lojas possam ser abertas, isso como um resultado do crescimento que vem acontecendo desde 2017, visto que essa abertura demanda tempo. Em número de vagas, pode-se estimar por volta de 100 mil vagas para o varejo no ano”, afirma Bentes.
Para Fábio, assim como afirmado em nota pela CNC, as expectativas gerais também são positivas pelas condições de consumo estarem preservadas. “O mercado de trabalho vai crescer 2,5%, ou seja, algo em torno de 800 mil vagas de trabalho serão ofertadas no total durante o ano. Isso ocorre por causa do crédito Selic e a taxa média de juros ao consumidor ter caído de 55% para 48,9%.” Esse cenário, de acordo com o chefe da Divisão Econômica da CNC, cria uma confiança maior do consumidor, que, consequentemente, influi na maior contratação de pessoas; o que é positivo para o varejo.
O crescimento é proporcional ao ritmo do último ano; de janeiro a dezembro de 2018, o volume de vendas do varejo ampliado (vendas de carros, motos, partes/peças e materiais de construção) apresentou um crescimento de 5% em relação ao ano anterior (a taxa, em 2017, foi de 4%). O varejo restrito também apresentou alta foi de 2,1% em 2017 para 2,3% em 2018.
A crise do varejo ampliado teve seu nível mais baixo entre agosto de 2012 (quando houve recorde de vendas anterior à crise) e agosto de 2016 (quando apresentou maior baixa). A retração foi de R$ 29,5 bilhões a preços de dezembro de 2018, e, desde então, recuperou-se apenas cerca de 45% desse valor (R$ 13,1 bilhão).
Ainda de acordo com a CNC, sete dos 10 segmentos varejistas apresentaram aumento de vendas, entre eles o comércio automotivo (15,1%), lojas de utilidades domésticas (7,6%) e farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos ( 5,9%). Em queda, destacaram-se os segmentos de livrarias e papelarias (-14,7%) e combustíveis e lubrificantes (-5,0%), que foi prejudicado pela alta do preço dos combustíveis e a greve dos caminhoneiros em maio.
Patrícia Ávila é dona de uma loja de artigos de decoração em Brasília; para ela, o ano de 2019 poderá trazer bons resultados para o comércio varejista. “Expectativas nós temos. Eu sou otimista moderada, acredito que as vendas possam crescer em 10%”, afirma a lojista. Sobre contratação de funcionários, Patrícia completa. “Atualmente trabalhamos com três, mas se as coisas melhorarem, como previmos, pode ser que tenhamos que contratar mais pessoas.”
Segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o último trimestre de 2018 assinalou o sétimo período consecutivo de alta nas vendas, que, em uma comparação com o igual trimestre de 2017, subiu 2,2%, superior ao resultado do terceiro e segundo trimestre do ano (1,1% e 1,6%); no entanto, inferior ao primeiro trimestre (4,3%).
A baixa se deu em dezembro, que, depois de um aumento progressivo em outubro e novembro, apresentou 2,2% de queda no comércio varejista em 26 das 27 unidades da Federação, com destaque negativo para o Acre (-7.9%). Apenas a Paraíba obteve resultado positivo em 0,4%. O setor que sofreu maior impacto negativo em dezembro foi o de móveis e eletrodomésticos, que caiu 5,7% em relação ao ano anterior, recuando o acúmulo do ano em 1,7%.
Fonte: Correio Braziliense