Inflação sobe e se distancia da meta oficial do governo
Fonte: Diário Catarinense
Data: 15/11/2005
Pesquisa do Banco Central realizada com uma centena de analistas de mercado e instituições financeiras revelou que a expectativa de inflação subiu de 5,33% para 5,52% neste ano, em relação à pesquisa anterior. A projeção de 4,60% no ano que vem foi mantida.
O repique inflacionário de outubro acabou, de vez, com a perspectiva oficial de convergir a inflação real para a trajetória de metas oficiais, que fixou 5,1% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano.
A pesquisa, divulgada ontem no boletim Focus, revela que o IPCA deste mês evoluiu na comparação semanal, de 0,37% para 0,39%, enquanto a projeção para dezembro cedeu de 0,40% para 0,38%. Com isso, o IPCA previsto para os próximos 12 meses subiu de 4,63% para 4,64%.
Houve aumento significativo, porém, nas previsões de inflação dos preços administrados por contrato ou monitorados - combustíveis, energia elétrica, telefonia, água, educação, medicamentos, transporte público e outros.
Nessa faixa, o reajuste acumulado no ano passou de 7,63%, na semana anterior, para 7,90%. O repique será sentido também em 2006, com elevação de 4,84% para 4,90%.
O crescimento da produção industrial será de 3,79%, e não mais de 4,17%. Cai também de 3,30% para 3,20% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
As demais tendências da economia brasileira mantêm-se praticamente estáveis, embora apontem ligeira redução na cotação do dólar norte-americano este ano.
A previsão do dólar passou de R$ 2,30 para R$ 2,27, e queda também em 2006, de R$ 2,50 para R$ 2,46. Apesar da estagnação econômica e da elevação da inflação, os analistas pesquisados pelo BC acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve baixar a taxa básica de juros, este mês, dos atuais 19% para 18,50% ao ano, repetindo queda semelhante em dezembro, de modo a que os juros encerrem o ano em 18%.
Menos otimistas em relação a 2006, eles aumentaram a projeção de 15,50% para 15,75%.
Foram mantidas as projeções de US$ 42,02 bilhões para o saldo da balança comercial, US$ 13 bilhões para o saldo de conta corrente e entradas de US$ 16 bilhões em investimentos estrangeiros.