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28/01/2006

Novo mínimo será de R$ 350 a partir de abril

Depois de semanas de queda-de-braço com as centrais sindicais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo ontem. O salário mínimo sobe de R$ 300 para R$ 350 a partir de 1º de abril. Fez parte do acordo a correção de 8% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, a partir de fevereiro, que eleva a isenção para salários mensais de até R$ 1.257,12.

Pelos cálculos do governo, 40 milhões de pessoas serão beneficiadas e receberão R$ 5,6 bilhões a mais com o reajuste. A conta total para a União, incluída a correção da tabela do IR, deverá chegar a R$ 7,6 bilhões, conforme o líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O reajuste representa um aumento nominal de 16,6% para uma inflação anual de 5,05%. Conforme os sindicalistas, Lula teria afirmado que sua intenção é antecipar um mês a cada ano o início da vigência no novo mínimo, para que dentro de mais três anos o novo valor já passe a ser pago em janeiro. Como teve dois reajustes sucessivos bem acima da inflação, o salário mínimo começa a recuperar importância como referência para o mercado de trabalho, avaliou ontem Ricardo Franzói, supervisor técnico no Estado do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

- Com os aumentos reais (acima da inflação), o salário mínimo, que tinha perdido importância, está começando a recuperar o papel de referência - disse Franzói.

Previdência e empresas terão custos mais altos

O economista Istvan Kasznar, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape), da Fundação Getúlio Vargas, alertou que o reajuste do salário mínimo representa mais de 15% de aumento, o que acarreta custos altos para a Previdência, para as microempresas e organizações.

- Muitos empresários não agüentam. A Previdência aumenta seu déficit e a carga fiscal é pressionada para ser elevada - afirmou.

Segundo ele, a decisão pode desestimular a geração de emprego.

- Um salário com esse grau de elevação vai desestimular novas contratações, podendo até incentivar um pouco de demissões, o que não é bom.

Fonte: Diário Catarinense