Impostos e juros são apontados como os grandes vilões da economia
Estudo do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado ontem, revela que os impostos são os principais limitadores do crescimento da economia brasileira, na opinião de empresários que participaram da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação. As taxas de juros aparecem, no levantamento, em segundo lugar no ranking de vilões.
Realizada pela FGV pelo terceiro ano consecutivo, a pesquisa teve a participação de 1.003 empresários. Destes, 43% elegeram a carga tributária como o principal limitador da economia. Não é a primeira vez que a questão tributária é citada pelas empresas no levantamento como o maior empecilho ao desenvolvimento econômico. Os tributos também tinham sido apontados como primeira razão limitante à produção no início de 2005, e foram lembrados por 55% dos entrevistados naquela época.
Juros altos ? De acordo com a pesquisa da FGV, as taxas de juros foram citadas por 33% dos empresários consultados. Da mesma forma como ocorreu com os impostos, o trabalho mostra que esse item cresceu na proporção de 14 pontos percentuais em relação ao ano passado.
Pelo levantamento divulgado ontem, o terceiro fator limitador da economia apontado pelas empresas foi o ambiente político interno, que também registrou crescimento. No ano passado, o tópico foi assinalado por 2% das empresas. Este ano, entretanto, 7% dos consultados o destacaram como entrave econômico.
Redução ? Segundo a sondagem, o único problema menos citado, na comparação com o ano passado, foi o de infra-estrutura deficiente. Neste ano, esse obstáculo foi lembrado por apenas 5% das empresas, depois de ser apontado por 17% dos empresários no levantamento realizado no ano passado. Segundo a FGV, foram incluídas na Sondagem da Indústria da Transformação perguntas relacionadas aos investimentos programados pelas empresas industriais em capacidade de produção para 2006 e para o triênio 2006-2008.
Indústria ? De acordo com a pesquisa, a indústria de transformação deverá registrar um crescimento de 17% na sua capacidade instalada nos próximos anos (2006-2008). O estudo aponta, ainda, que a variação ficou abaixo da estimativa anterior, de 19%, que estudava o triênio 2005-2007.
Embora o percentual de acréscimo tenha registrado redução na passagem dos dois triênios, esse tópico recebeu resposta mais favorável quando os empresários foram perguntados sobre o assunto somente para o ano de 2006.
Segundo dados do levantamento, a estimativa de acréscimo na capacidade instalada para o ano de 2006 é de 8%. O número está acima do percentual registrado para o ano de 2005, que foi de 7%. Para as perguntas a respeito da capacidade instalada, a FGV ouviu 459 empresas brasileiras, no período compreendido entre 29 de dezembro a 3 de fevereiro. ( Agências )
Fonte: Diario do Comércio - SP