?Gordura oculta? eleva custo de empresa
A lucratividade de uma empresa está diretamente ligada ao seu desempenho administrativo. Mas para que seja satisfatório, também é necessário aplicar o controle de gastos. Entretanto, os custos nem sempre podem ser identificados com precisão e clareza.
Essas ?gorduras ocultas?, como se diz no meio empresarial, podem ser eliminadas através das chamadas ferramentas de inteligência de negócio, que podem aidentificar gastos excessivos em procedimentos não considerados custosos. É o que aponta o gestor de vendas Marcos Vinícius Anselmo, que participou ontem, em Bauru, do Seminário Estadual de Redução de Custos, que abordou o tema ?Maximizando resultados nas empresas?.
Segundo ele, esses gastos não correspondem aos custos operacionais da empresa. ?As ferramentas de inteligência de negócio são capazes de analisar a empresa, não sob o aspecto operacional, mas sob um prisma que revela os custos que estão escondidos no processo. Assim, fornece um diagnóstico que revela o que está sobrando e, conseqüentemente, os gastos que podem ser dispensados?, explica Anselmo.
Segundo o gestor, os custos ocultos mais comuns nas empresas estão embutidos nas compras de insumos, que custam mais caro e fornecem qualidade incompatível com o produto que precisa ser produzido. Além disso, podem estar presentes também nas despesas com a distribuição das mercadorias.
Anselmo observa, ainda, que é muito comum no setor empresarial do Interior de São Paulo, especificamente na região de Bauru, adotar práticas que as grandes empresas já utilizam. De acordo com ele, como já foram experimentadas, podem ser aplicadas a um custo menor.
Porém, as dificuldades são comuns entre todas as empresas, independentemente do tamanho. ?Os custos são de natureza inerente. A concorrência aumentou, então, o consumidor quer pagar menos pelo mesmo produto e com mais qualidade. Por isso, é preciso racionalizar os custos?, completa.
Ato consciente
Para o economista Adriano Fabri, um dos coordenadores do seminário, a redução dos gastos deve ser empregada de maneira consciente. Ele quer dizer que isso não significa, necessariamente, cortar custos, e sim promover uma administração que possibilite a diminuição do gasto ou o aumento dos benefícios com o mesmo custo, sempre com o objetivo de melhorar e elevar os resultados.
?As empresas, de maneira geral, têm uma necessidade muito grande nesse aspecto, principalmente as pequenas e médias, por não terem uma estrutura administrativa tão grande. Isso acaba inviabilizando o controle ou o planejamento adequado de finanças e custos. Portanto, este assunto poderia ser melhor trabalhado pelas empresas e é sabido que todas as vezes que o empreendimento passa a ter planejamento e controle financeiro, consegue atingir a redução de custos?, ressalta Fabri.
O economista acredita que falta aos empresários perceber a importância dessa redução de custos e, também, buscar ajuda de especialistas ou adquirir o conhecimento para conseguir organizar a empresa, levantar custos e estudos de receita.
Fabri também vai ao encontro de um dos posicionamentos do gestor Anselmo. Ele considera que, atualmente, não é mais viável formar o preço de venda a partir do custo do produto. Segundo o economista, o mercado não permite mais isso. O empresário é pressionado a deduzir um preço a partir do valor que está sendo pedido no mercado para obter um resultado, que nem sempre é positivo.
?Então, a administração dos custos é uma maneira de gerenciar melhor os recursos objetivando o crescimento ou até mesmo a sobrevivência dentro desse mercado?, completa o economista.
Fonte: JCNet