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28/08/2006

Inadimplência segue em alta

O crédito bancário seguiu em julho a tendência de aumento da inadimplência verificada no primeiro semestre. No mês, o índice de inadimplência de pessoas físicas passou de 7,2% para 7,5%, considerando as operações vencidas há mais de 90 dias.

A linha de crédito que mais pesou no aumento da inadimplência no mês é o cheque especial, cujo percentual subiu de 7,9% para 8,5%. É provável que, nesse indicador, haja algum componente sazonal, já que em anos anteriores também ocorreu aumento no mesmo período. De qualquer forma, a inadimplência está claramente em um patamar mais elevado do que em 2005 - em julho daquele ano a taxa era de 5,9%.

Houve ainda um ligeiro aumento na inadimplência nas linhas de financiamento de aquisição de bens exceto veículos, que subiu de 11,4% para 11,6%. Essa tendência de deterioração não é nova. Em dezembro de 2005, o índice estava em 9,8% e, em dezembro de 2004, em 8,5%.

Os dados sugerem que a deterioração da carteira se concentra nos bancos privados de controle nacional. Em julho, as operações a pessoas físicas classificadas com a nota H, a pior de todas, subiram de 4,1% para 4,5% da carteira. No caso de bancos públicos, caíram de 6,3% para 6,2%.

Desde 2005, os bancos privados têm investido agressivamente na estratégia de conceder crédito ao segmento de não clientes, seja abordando o público na rua por meio das financeiras ou pelo acordo com grandes redes de varejistas. Os juros nessas operações, consideradas mais arriscadas, normalmente são mais altos para cobrir custos com inadimplência. Os bancos públicos entraram mais tarde no segmento de não-clientes, por isso suas carteiras não apresentam deterioração.

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Luiz Sampaio Malan, afirma que o aumento da inadimplência não preocupa. "O sistema financeiro tem um nível de provisão alto", disse. Em maio, as provisões correspondiam a 6,7% da carteira. Malan reconhece, porém, que poderá haver impacto no "spread", caso se mantenha a tendência de alta de inadimplência.

Na avaliação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o alta da inadimplência reflete a mudança na composição de crédito da carteira. "A partir de junho de 2005, o volume de modalidades de crédito que têm maior risco expandiu-se mais do que proporcionalmente ao volume total da carteira, implicando em um recrudescimento do nível de inadimplência", diz relatório distribuído pela Febraban. (AR)

Fonte: Valor Econômico