Greve do INSS atinge 38% das agências em SP e será ampliada nesta quinta
A greve dos funcionários administrativos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) atingiu 65 agências no Estado de São Paulo nesta quarta-feira. No total, 38% dos 170 postos tiveram adesão à greve. O Ministério da Previdência considerou a paralisação "grave" já que as reivindicações estão em discussão.
O movimento deve ser ampliado nesta quinta-feira, último dia de greve. Ao todo, 21 Estados devem aderir à paralisação, segundo informação da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social). Hoje o movimento teve a participação de 19 Estados.
Segundo a Previdência, em São Paulo não houve nenhum atendimento em 42 agências, 23 funcionam parcialmente e 104 cumpriram as atividades normais.
Os servidores decidiram realizar paralisação de advertência com o objetivo de pressionar o governo federal por uma definição do plano de cargos e salários e por maior segurança nas agências de atendimento. Carreiras ligadas ao INSS já fizeram ao menos quatro paralisações nacionais neste ano, além de uma ameaça de greve.
Na sexta-feira, está prevista uma reunião entre servidores e INSS para discutir a pauta de reivindicações da categoria.
Nos dias 5 e 14 deste mês agências de São Paulo já tinham parado como forma de advertência. Os funcionários administrativos também pedem melhorias nas condições de trabalho e segurança.
No início de junho, os servidores do INSS fizeram uma greve de três dias. O motivo foi o mesmo da iniciada hoje, o plano de carreiras. No mesmo mês, os servidores da Dataprev (empresa de processamento de dados da Previdência) também fizeram uma paralisação.
O Ministério da Previdência informou que "a reestruturação da carreira está em discussão desde setembro de 2005, quando um termo de compromisso foi firmado entre as entidades e o governo federal. Em julho deste ano, foram definidos conjuntamente os princípios que reestruturam a carreira."
Pedro Totti, diretor da CNTSS disse que a discussão sobre o plano de carreiras não está caminhando "em um ritmo adequado" e que a greve é uma advertência ao governo. Segundo ele, os funcionários aceitam que a reestruturação seja feito no ano que vem, mas exigem uma definição ainda nesta ano.
Para Totti, apesar dos transtornos causados, "a população entende que os funcionários querem melhorar o atendimento e as condições de trabalho."
Fonte: Folha Online