icon
(47) 3326-3677

Blumenau / SC

icon
Atendimento

Segunda à Sexta
8h às 12h - 13h às 17h30

icon
Área Restrita

Exclusiva para Clientes

09/05/2007

Para setor produtivo, PAC ainda está lento

O governo federal se esforçou para apresentar ao país a imagem de que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) avança de forma satisfatória ? na segunda-feira, sete ministros defenderam o cronograma das obras e, especialmente, a conta de que 52% delas estão em dia. Mas para empresários e representantes do setor produtivo nacional, a mera divulgação dos números não transforma o país. Na prática, os efeitos do pacote ainda não foram sentidos na economia.

?Não adianta o presidente fazer um plano maravilhoso de obras e o negócio não andar. Em habitação, o que depende do mercado está andando por causa da melhora no ambiente econômico. Agora, na área popular, que depende do governo, é um vexame. Saneamento é pior ainda?, avalia o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão.

Segundo balanço sobre os 100 dias de andamento do PAC, divulgado na segunda-feira, das 912 obras previstas no programa, 52,5% estão com cronograma em dia e com ?riscos administrados?. O restante de obras, estudos e projetos do PAC, 47,5%, enfrenta diferentes graus de riscos que podem comprometer sua execução, embora o governo considere que apenas 8,4% delas são consideradas preocupantes, porque estão com significativo atraso no cronograma.

Para o diretor da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, parte das dificuldades pode ser contabilizada no fato do PAC ter sido anunciado há cem dias, prazo curto para já ter movimentado a produção nacional. Ainda assim, reconhece que anunciar o andamento cronograma não muda nada. ?Dizer que a programação está em dia não quer dizer que há efeitos reais na economia?, afirma.

Sem solução

Por outro lado, apesar do anúncio oficial do PAC ter sido em janeiro, grande parte das obras já fazia parte do planejamento público havia vários anos, como lembra o presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. ?Temos a expectativa de que o PAC vai colaborar para melhorarmos o ambiente para negócios e investimentos no Brasil. Mas diversas obras já constam há vários anos nos planos prioritários dos governos, mas ainda não há soluções concretas para viabilizá-las. Sem infra-estrutura, não conseguiremos manter taxas de crescimento elevadas na economia?, afirma.

Ele lembra que há dificuldades em projetos considerados prioritários pelos empreendedores, como as usinas de Santo Antonio e Jirau, que compõem o complexo hidrelétrico do Rio Madeira, a concessão de rodovias federais e a primeira PPP federal, com obras de restauração e ampliação de rodovias federais entre Bahia e Minas Gerais.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às críticas sobre o programa para acelerar o crescimento econômico. Em discurso na cidade de São José, em Santa Catarina, onde foi inaugurar o Centro Operacional e Administrativo dos Correios, Lula garantiu que as obras serão cumpridas.

?Tentam passar a idéia que metade do PAC está preocupante. O PAC será cumprido integralmente. E, para a surpresa de alguns, ele será cumprido quase que na sua totalidade. Obviamente, depende de chuva e de algumas coisas... Mas tenho certeza de que quando terminar o nosso mandato, as pessoas que disseram que o PAC não funciona vão ter de se curvar.? Ele descartou qualquer briga entre as ministras da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Meio Ambiente, Marina Silva.
 
Fonte: Correio Braziliense - DF