Contador, o parceiro na tomada de decisões
Cada empresa, pequena, micro ou grande e até mesmo profissionais autônomos têm em comum um profissional quase personalizado: o contador. No Estado de São Paulo, são 18 mil empresas contábeis, das quais dez mil geridas por uma única pessoa. As outras oito mil são sociedades profissionais com dois ou mais contadores. No todo, são 110 mil contabilistas no Estado. No Brasil, existem 70 mil empresas de contabilidade e 440 mil contabilistas, segundo o Conselho Regional de Contabilidade (CRC). A maior demanda é por serviços básicos: escrita fiscal (livros fiscais), departamento de recursos humanos (folha de pagamento e encargos) e a contabilidade propriamente dita, requerida por legislação, explica o vice-presidente do CRC-SP, Domingos Orestes Chiomento: ?A contabilidade dá segurança ao cliente no que diz respeito às ocorrências imponderáveis: a morte de um dos sócios, a separação de sócios-cônjuges, a apuração de roubos e fraudes internas?.
Para o vice-presidente do CRC-SP, a contabilidade estabelece uma série de informações que facilitam os usuários na tomada de decisões de compra, venda e investimento: ?Antes, nós éramos um mal necessário que as empresas tinham que suportar?. A analogia é fácil de entender: a contabilidade representa despesa e o custo/benefício não é favorável. Gasta-se para escriturar os atos contábeis e, com isso, taxas, impostos e encargos terão de ser pagos pelas empresas porque está registrado em sua vida contábil. Os livros fiscais, o livro-razão e o livro-caixa são verdadeiros testemunhos da vida financeira das empresas, sejam micro, pequenas, médias ou grandes.
Inflação alta
Antes, o problema é que a escrituração era contagiada pela inflação alta e isso tornava a contabilidade um osso duro de roer. Com a estabilização da moeda, as informações também estão mais equilibradas e o contador passa a ter um papel cada vez mais importante no contexto dos negócios, acredita Chiomento. Com a moeda sem grandes oscilações e com a crescente informatização de órgãos governamentais de arrecadação e de fiscalização, todas as informações são cruzadas: a Receita Federal, a declaração do Imposto de Renda, os documentos de arrecadação federal (os famosos DARFs) e as declarações de ajustes são todas interligadas: ?Isso tudo tem de fechar sob pena de o contador responder por irregularidades?. São os contadores que assinam os balancetes e balanços das empresas e, em última instância, responderão legalmente pelas informações sobre as empresas se houver fraude.
O próximo passo da contabilidade são as notas fiscais eletrônicas e o sistema público de digitação eletrônica da escrituração contábil: ?É um avanço sem precedentes na evolução contábil e mudará para sempre o perfil do contabilista?. A partir do ano que vem, todas as notas fiscais do cigarro já serão eletrônicas e a revolução da contabilidade começará de fato. Somente a fabricante de cigarros Souza Cruz emite oito milhões de notas fiscais por ano.
Fonte: Diário do Comércio - SP