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27/10/2004

Empresas reduzem suas projeções de compras

Com exceção do agronegócio, todos os outros setores da economia desaceleraram o processo de compra de insumos, produtos e tecnologia. A queda nas planilhas de gastos, percebida na Pesquisa DCI, no terceiro trimestre do ano, pode ter sido ocasionada por fatores que vão de um ajuste na recomposição (para baixo) nos estoques até a diminuição de expectativas em relação ao desempenho econômico do País.
?Alguns empresários sobrevalorizaram o bom desempenho da economia em meses anteriores, e o mercado não tem respondido a altura. Apesar do desempenho razoável. Se os estoques estão com suas capacidades máximas é necessário que haja um ajuste na intenção de compra?, afirma Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e professor titular do Instituto de Economia da Unicamp. A Pesquisa DCI foi desenvolvida com 1.032 executivos representantes de diversos setores e portes da economia. Apesar de um maior número de empresas ter manifestado a intenção de comprar mais (63,7%), o volume de compra diminuiu de 21,1%, no primeiro trimestre do ano, para 13%, no terceiro. A desaceleração nas compras vem se dando de forma não acentuada, mas gradual e contínua. Se comparado ao trimestre imediatamente anterior, a queda é menor, cerca de 2 pontos percentuais. Em relação ao mesmo período do ano passado, o tombo é de 3,4 pontos.
?O setor de embalagens, por exemplo, que é medidor do comportamento do conjunto da economia, já recuou em setembro, com desempenho pior em relação a agosto?, diz Belluzzo.
A análise está em alinhamento com as últimas pesquisas da Consultoria Tendências que indicam perda no ímpeto da demanda doméstica, em relação ao consumidor final ? para vendas em supermercados e concessionárias de automóveis.
O único setor que se comportou de maneira inversamente oposta foi o agronegócio. Os empresários do campo, animados com o crescimento nas exportações, disseram que comprarão 29,5% mais em 2004 do que em 2003. Mas como a mostra foi colhida de julho a agosto, é bom considerar que pode haver uma inversão de ânimo também nesse setor. Os preços de algumas commodities no mercado internacional estão em queda livre. Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o preço da soja, por exemplo, em outubro, tem sido o menor dos últimos três anos. ?Algumas commodities caíram tanto que não pagam mais seus custos. Naturalmente, esse fator deve provocar queda na intenção de compra desses empresários no próximo levantamento DCI?, afirma Belluzzo.
O aperto monetário que vem sendo promovido pelo Banco Central, com o aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, na última reunião, também desmotivam, reforçando possíveis sinais de desaceleração da expectativa. ?É o segundo aumento consecutivo do BC. O empresariado, por mais que entenda que é preciso conter a pressão inflacionária, fica desmotivado?, conclui Belluzo.

Fonte: DCI