Aumento de contribuintes faz cair déficit da Previdência
A Previdência fechou o mês de julho com déficit de R$ 3,212 bilhões, queda de 5,4% sobre o mês anterior e de 10,3% sobre o mesmo mês do ano passado. O déficit é a diferença entre as receitas de R$ 11,195 bilhões e as despesas de R$ 14,407 bilhões.
O aumento de trabalhadores com carteira assinada é um dos fatores que justificam a queda, já que são mais contribuintes, segundo Helmut Schwarzer, secretário de Políticas de Previdência Social, que citou os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que registrou a geração de 1,222 milhão de empregos formais até julho.
"Apenas a geração de empregos não vai garantir sustentabilidade à Previdência a longo prazo, é preciso uma reforma, mas a vaca não vai para o brejo em três ou quatro anos", afirmou Schwarzer.
No acumulado do ano o déficit é de R$ 24,228 bilhões, número 3,4% maior que o registrado entre janeiro e julho de 2006.
O aumento de contribuintes faz crescer a receita de forma mais acentuada, o que reduz o déficit. Segundo Schwarzer, este é o primeiro ano em que a arrecadação da Previdência cresce em ritmo mais acelerado do que as despesas.
Em julho a arrecadação cresceu 10,4%, para R$ 11,195 bilhões. Já as despesas tiveram alta de 5%, para R$ 14,407 bilhões
No ano, as receitas cresceram 10,1%, para R$ 74,710 bilhões, enquanto as despesas apresentaram elevação de 8,4%, para R$ 98,938 bilhões.
Sentenças
Os gastos com pagamento determinados por sentenças judiciais, federais ou estaduais, estão acima do previsto pela Previdência e podem provocar um aumento no déficit ao final do ano, previsto para R$ 44,8 bilhões.
A Previdência já gastou, no ano, R$ 3,939 bilhões com sentenças judiciais, alta de 26,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, R$ 3,110 bilhões.
"A nossa estimativa era de R$ 4 bilhões para o ano, mas acho que nos equivocamos", afirmou Schwarzer. No ano passado, os gastos com pagamento de sentenças judiciais ficou em R$ 4,5 bilhões.
Fonte: Folha Online