Empresas brasileiras investem mais no exterior
Os investimentos de empresas brasileiras no exterior estão crescendo de forma acelerada este ano. Embora concordem que o movimento deve continuar, os economistas não são unânimes quanto às razões dessa tendência. Na avaliação de Vagner Ardeo, vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o movimento é saudável e indica que as empresas brasileiras estão se globalizando e procurando se fortalecer no mercado internacional.
Reinaldo Gonçalves, professor de economia internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acha que o principal impulso é para um hedge contra o risco Brasil, o que estaria ocorrendo também em outros países com risco elevado, como a Argentina. Ou seja, os empresários brasileiros estariam querendo diversificar o risco geográfico, após atingir padrões equiparados a grupos internacionais, na avaliação de Gonçalves.
Investimentos diretos
Pelos dados do Banco Central (BC), o ingresso líquido de recursos de investimentos diretos este ano é um dos mais baixos dos últimos cinco anos, computando-se os investimentos de empresas estrangeiras no Brasil e de empresas brasileiras no exterior.
Até setembro, os brasileiros investiram US$ 8,825 bilhões no exterior, 40 vezes mais do que os US$ 223 milhões de igual período de 2005. Mesmo deduzindo os movimento e troca de ativos da AmBev, estimados em US$ 6 bilhões, os números deste ano superam em muito os dos últimos anos. Com isso, o ingresso líquido até setembro somou só US$ 3,555 bilhões.
Para o saldo líquido na conta de investimentos externos, o BC computa participações acionárias, títulos de renda fixa, além de amortização de dívida e empréstimos intercompanhias.
Por esses dados, o Brasil teve receitas de investimentos este ano de US$ 18,633 bilhões, até setembro, e despesas de US$ 15,077 bilhões, enquanto em igual período de 2003 as receitas somaram US$ 14,344 bilhões e as despesas, US$ 8,101 bilhões (saldo de US$ 6,244 bilhões).
Fonte: Jornal do comercio