1,3 milhão contra a CPMF
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e outras entidades empresariais, como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entregaram ontem, em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, um documento com 1,3 milhão de assinaturas contra a prorrogação da CPMF.
A entrega do abaixo-assinado foi feita à relatora da proposta no Senado, Kátia Abreu (DEM-GO). Em diversas ocasiões a senadora divulgou sua posição contrária à prorrogação.
Na audiência, que teve o objetivo de ouvir as opiniões a favor e contra o chamado "imposto do cheque", o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que o imposto perdeu o foco, já que inicialmente se destinava apenas à Saúde. Ele também reclamou que a alíquota dobrou de valor.
Para Paulo Skaf, a reforma tributária não vai diminuir a carga de impostos paga pela população. "A única chance que temos de desonerar é cumprir a lei e terminar com a CPMF no dia 31 de dezembro de 2007".
Skaf fez questão de ressaltar que sua posição contra a CPMF não é partidária nem contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Só não é contra a CPMF quem não sabe o que é a CPMF."
A contribuição vale até 31 de dezembro e a proposta do governo é prorrogá-la até 2011. Para conseguir manter a arrecadação, é necessário aprovar a proposta até o final de 2007.
Críticas ? Para o representante da Ordem dos advogados do Brasil (OAB), Antonio Carlos Rodrigues, o imposto é injusto porque a cada produto que o consumidor compra, já tem embutido o valor da CPMF que a indústria e o comércio pagaram. "A CPMF é um verdadeiro câncer, porque se esconde na produção de todos os bens e serviços, em todas as etapas da vida econômica", afirmou.
O representante da Federação Nacional dos Bancos, Gabriel Jorge Ferreira, classificou a CPMF como "um imposto ruim e perverso sobre vários aspectos, incide em cascata, é regressivo e atinge mais os pobres. Tem uma natureza mais confiscatória", disse ele. (AE/ABr)
Fonte: Diário do Comércio - SP