Produção industrial no País sobe 5,4% até setembro
RIO - A produção industrial do País acumula expansão de 5,4% nos primeiros nove meses do ano, divulgou nesta terça-feira, 6, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do resultado positivo no ano, a atividade caiu 0,5% em setembro, na comparação com agosto. A queda era esperada pelos analistas, que previam resultado entre -0,50% a 1,12%.
Segundo a economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do IBGE, a queda em setembro representa uma "acomodação" após um período contínuo de crescimento. "A acomodação vem após um crescimento contínuo de seis meses, então é natural que" isso aconteça, disse. Ela afirmou que é preciso esperar novos resultados para avaliar a tendência da indústria, mas não há nada que revele, em setembro, uma inversão na trajetória de crescimento.
Isabella sublinhou a influência do menor número de dias úteis de setembro no resultado. Segundo ela, o mês de agosto deste ano teve 23 dias úteis, enquanto setembro teve apenas 19. O coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, disse que embora o ajuste sazonal exista para neutralizar essas diferenças, como essa questão dos dias úteis veio "fora do padrão", é possível que o ajuste não tenha eliminado essa influência. "Os resultados sugerem que tenha ocorrido um efeito calendário importante", disse Sales.
Segundo ele, o menor número de dias úteis também influenciou o resultado de setembro ante igual mês do ano passado (5,6%), inferior ao resultado de agosto (6,6% ante agosto de 2006) já que setembro de 2007 teve um dia útil a menos que igual mês de 2006.
Comparação anual
Na comparação com o mesmo mês de 2006, a produção cresceu 5,6%, também dentro do intervalo das expectativas (5,50% a 7,83%). O principal impacto de alta nessa base de comparação foi dado por veículos automotores (23,2%), seguido de máquinas e equipamentos (17,7%), máquinas e aparelhos e materiais elétricos (17,5%), refino de petróleo e álcool (6,6%) e outros equipamentos de transporte (28,8%, com influência sobretudo do segmento de aviões).
Os maiores impactos de queda na comparação com igual mês do ano passado vieram de celulose e papel (-7,5%), material eletrônico e de comunicações (-1,7%) e fumo (-15,0%).
Trimestre
No trimestre, a produção teve alta de 1,5% ante o segundo trimestre, na série com ajuste sazonal, e de 6,4% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. O resultado ante o mesmo período do ano anterior é a maior expansão trimestral apurada pelo IBGE desde o terceiro trimestre de 2004, sublinhou Isabella. Segundo ela, esse foi o 16º aumento consecutivo nesse indicador, impulsionado pelo aquecimento do mercado interno.
Os maiores crescimentos no terceiro trimestre, ante igual período de 2006 foram apurados em bens de capital (20,4%) e bens de consumo duráveis (13,8%). Segundo Isabella, os bens de capital estão sendo puxados pela ampliação dos investimentos, enquanto o incremento em duráveis reflete a "ampliação do mercado de trabalho" e a manutenção das condições favoráveis de crédito.
Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o crescimento de 1,5% - o oitavo aumento consecutivo nessa base de comparação - também foi considerado "forte" por Isabella, já que ocorreu em cima de um segundo trimestre muito bom, quando houve expansão de 2,5% em relação ao primeiro trimestre. Também nesse indicador, os destaques de crescimento no terceiro tri foram bens de capital (26,6%) e bens de consumo duráveis (18,5%).
Fonte: Agência Estado