icon
(47) 3326-3677

Blumenau / SC

icon
Atendimento

Segunda à Sexta
8h às 12h - 13h às 17h30

icon
Área Restrita

Exclusiva para Clientes

08/11/2007

Dívida pública estável deve gerar "déficit" de ativos e estimular mercado de capitais, diz BNDES

SÃO PAULO - O processo de queda de juros, que reduz os gastos do governo com a rolagem da dívida pública e deve levar a uma certa estabilidade o nível de endividamento do Brasil, pode gerar um "déficit" de ativos financeiros no mercado local. Este processo deve contribuir para o fortalecimento do mercado de capitais brasileiro e para o alongamento dos prazos de financiamentos para os projetos de investimento.

Esta conclusão faz parte de um artigo divulgado hoje pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e que é assinado pelo presidente da instituição, Luciano Coutinho.

O texto diz que até agora o crescimento das carteiras de aplicações de investidores institucionais, como seguradoras e fundos de pensão, tem sido "suprido" pelo aumento do endividamento público.

Com a provável estabilidade da dívida nos próximos anos, estes recursos terão de ser alocados em outros ativos e é aí que aparece a possibilidade de serem aproveitados pelas empresas, via mercado de capitais.

Segundo o presidente do BNDES, com a queda do pagamento de juros da dívida, mesmo que o superávit primário fique em 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor público consolidado, o déficit nominal do país deverá se aproximar de 2% do PIB em 2007. "Nos anos seguintes, tende a se aproximar de zero, interrompendo e mesmo revertendo a tendência de alta da dívida mobiliária interna", diz o texto.

De acordo com Coutinho, a queda dos juros reais - embora ainda em nível elevado para padrões internacionais - , também deve estimular as companhias a aceitar taxas internas de retorno menores para seus projetos, "alargando a fronteira de possibilidades de inversão privada".

Como desafio para que este cenário se realize, o presidente do BNDES defende o fortalecimento da liquidez do mercado secundário de ativos financeiros privados e cobra a atuação "pró-ativa" dos grandes bancos privados como "formadores de mercado" (market-makers) para estes papéis.

Fonte: Valor Econômico