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29/11/2007

Fiscais ensinavam empresas a sonegar impostos, diz procurador

Além de desviarem receita da arrecadação estadual, os fiscais da Fazenda do Rio de Janeiro envolvidos no esquema de corrupção desbaratado nesta quarta-feira prestavam uma espécie de serviço de consultoria a empresas interessadas em burlar o fisco do Estado. Segundo o procurador-geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira, os fiscais davam instruções às empresas, indicando meios para sonegar impostos.

Pelo menos 78 empresas estão envolvidas no esquema comandado pelo fiscal Francisco Ribeiro da Cunha Gomes, conhecido como Chico Olho de Boi, que segundo o MP (Ministério Público) estadual, desviou, pelo menos, R$ 1 bilhão dos cofres fluminenses. Marfan Vieira disse que a investigação ainda não está concluída. O MP investiga inclusive tentáculos da quadrilha em outros Estados, além de ligações com o exterior.

"Há empresas dos setores de medicamentos, de informática e de autopeças envolvidas no esquema. A diferença principal desse caso é que os corruptores estão sendo presos", afirmou Vieira.

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou a quadrilha praticou um "crime silencioso", e ressaltou que há provas concretas para a retirada dos fiscais das ruas. "Talvez esse crime seja muito mais danoso do que os chamados crimes de asfalto", afirmou.

A denúncia ainda será formalizada à Justiça pelo MP. Os acusados serão denunciados por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e sonegação fiscal. Ele justificou que faltam "subsídios complementares", que estão sendo apurados com os depoimentos dos presos, para apresentar a denúncia.

Vieira estima que a quadrilha agia há bastante tempo, já que a maioria dos fiscais presos são antigos. O chefe do MP afirmou não ter como precisar se há uma ligação da quadrilha de Gomes com o grupo de Rodrigo Silveirinha, que chefiava um grupo de fiscais que agia de forma parecida, no caso que ficou conhecido como escândalo do "propinoduto".

Fonte: Folha Online