Governo estuda divulgar gastos com saques realizados com o cartão, diz Bernardo
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) afirmou na noite desta quarta-feira que o governo pretende implementar um mecanismo para divulgar os gastos com saques efetuados por meio dos cartões corporativos. Segundo Bernardo, a idéia é disponibilizar no Portal da Transparência a comprovação dos saques, inclusive com a divulgação das notas fiscais referentes aos valores retirados em espécie.
"Estamos providenciando uma alteração no sistema. Quem faz o saque, terá que apresentar as notas. Quando a pessoa saca, não quer dizer que não tem que prestar contas no próprio sistema", disse o ministro ao chegar para a festa em comemoração dos 28 anos do PT, em Brasília.
Bernardo não adiantou quando a mudança será implementada pelo governo, mas saiu em defesa do uso dos cartões corporativos no controle de gastos do governo. "Eu acho que essa grande polêmica vai ajudar para diminuirmos mais os gastos", afirmou.
Na opinião do ministro, gastos pessoais do gabinete da Presidência da República devem ser mantidos em sigilo para não prejudicar a segurança nacional.
"O que não deve ser divulgado, por exemplo, é o que se compra de alimentação no Palácio da Alvorada", afirmou o ministro.
Sigilo
Assim como Bernardo, o ministro Tarso Genro (Justiça) também defendeu limites na divulgação dos gastos do presidente da República. Tarso cobrou cautela dos integrantes da CPI dos Cartões Corporativos para que não ocorram violações às leis que limitam a divulgação de informações.
"Tratar de assuntos protegidos por lei, a CPI certamente saberá até onde pode ir porque a comissão não pode violar a lei. O limite é o que a CPI se propuser. É mais um acordo entre partidos do que um assunto legal", afirmou Tarso, ao se referir às condutas da oposição no STF (Supremo Tribunal Federal) para ter acesso a dados sigilosos do governo.