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27/03/2008

Bovespa e BM&F criam 3ª maior bolsa mundial

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) confirmaram ontem que vão integrar suas operações. A empresa resultante do negócio, provisoriamente batizada de Nova Bolsa, será a terceira maior do mundo pelo critério de capitalização de mercado (que multiplica o número de ações em circulação pela cotação do papel).

? Veja análise sobre fusão das bolsas BM&F e Bovespa

Com base no fechamento de ontem, a Bovespa vale R$ 18,5 bilhões e a BM&F, R$ 16,7 bilhões. Juntas, portanto, somam R$ 35,2 bilhões, o equivalente a pouco mais de US$ 20 bilhões, levando-se em conta o valor da moeda americana ontem (R$ 1,725). A bolsa brasileira só fica atrás, segundo esse critério, do grupo Deutsche Borse (da Alemanha) e da Bolsa de Chicago (Estados Unidos).

As ações das duas companhias encerraram o dia com desempenhos opostos. Durante a manhã e boa parte da tarde, ambas registraram fortes ganhos. Mas, perto do fim do pregão, os papéis da BM&F inverteram a mão e caíram 1,66%, para R$ 16,52. Os da Bovespa dispararam 5,63%, para R$ 26,25.

Essa diferença se deve à relação de troca das ações após a integração, segundo explicou o diretor-executivo de Asset Management do Banco WestLB, Aristides Jannine. Diferentemente do que o Estado publicou ontem, as ações não serão trocadas na proporção de 1 por 1.

Como a BM&F tem mais papéis no mercado (1,3 bilhão, ante 723 milhões da Bovespa) e vale menos do que a bolsa paulista, será preciso fazer uma equalização, dividida em duas etapas. Na primeira, cada acionista da Bovespa receberá R$ 1,7153 por papel que detém. Esse pagamento (que totaliza R$ 1,24 bilhão) igualará as duas companhias do ponto de vista de valor de mercado.

Na segunda etapa da equalização, será preciso resolver a diferença na quantidade de papéis em circulação. A fórmula encontrada para isso prevê que cada ação da BM&F dará direito a um papel da Nova Bolsa. Cada ação da Bovespa Holding, por sua vez, será trocada por 1,4248 papel da Nova Bolsa.

Essa relação, segundo Jannine, deverá nortear as negociações com os dois papéis até que a operação seja concluída. Ou seja, os papéis da Bovespa e da BM&F terão uma correlação nas próximas semanas que dificilmente será quebrada.

De acordo com executivos das bolsas, a operação será efetivada após a aprovação do negócio pelas assembléias gerais das duas companhias, o que deve ocorrer no fim de abril.

Os presidentes dos conselhos da Bovespa Holding e da BM&F, respectivamente, Raymundo Magliano Filho e Manoel Félix Cintra Neto, enfatizaram que a Nova Bolsa será uma integração, e não uma fusão.

Edemir Pinto, diretor-geral da BM&F, citou a questão das clearings (câmaras de compensação) das duas casas como um exemplo da dificuldade em fundir as duas companhias. ?Na fusão, você simplesmente funde duas áreas, e não é exatamente isso que vai acontecer.?

A RELAÇÃO DE TROCA DE AÇÕES NA NOVA BOLSA

Como a Bovespa vale mais do que a BM&F e tem menos papéis em circulação, será preciso fazer uma equalização, dividida em duas etapas:

1ª etapa

A BM&F pagará à Bovespa R$ 1,24 bilhão para acertar a diferença de valor de mercado entre as duas companhias (que ontem era de R$ 1,8 bilhão a favor da Bovespa). Esse dinheiro será distribuído entre os acionistas da Bovespa. Cada investidor deve receber R$ 1,7153 por ação.

2ª etapa

A BM&F tem mais papéis em circulação do que a Bovespa (723 milhões ante 1,3 bilhão). Por isso, cada acionista da BM&F terá uma ação da Nova Bolsa. Os acionistas da Bovespa receberão 1,4248 ação da Nova Bolsa. Essa operação será efetivada após a aprovação do negócio pelas assembléias das empresas, o que deve ocorrer no fim de abril.