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17/04/2008

?Crime contra a humanidade será descartar o biocombustível?, afirma Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a rebater as declarações do relator especial da Nações Unidas para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, contra a produção de biocombustíveis e fez duras críticas ao protecionismo dos países ricos durante Conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), realizada em Brasília.

?O verdadeiro crime contra a humanidade será descartar a priori o biocombustível e relegar os países pobres à dependência e à insegurança alimentar?, afirmou, citando a expressão usada pelo relator da ONU na segunda-feira (12) para justificar a alta nos preços dos alimentos no mercado internacional. Ziegler disse que a produção de biocombustíveis era "um crime contra a humanidade".

O presidente disse que a alta nos preços é resultado de uma combinação de fatores, como elevação dos preços do fretes, quebra de safra em vários países em razão de condições climáticas adversas, especulação, mudanças cambiais e demanda crescente de China e Índia. ?É sempre mais fácil escolher uma resposta simplista?, disse Lula, ao defender que a culpa pela alta dos preços não se deve aos países pobres.

 

?A tentativa de criar uma relação causa-efeito entre biocombustíveis e falta de alimentos me espanta. Me espanta que sejam poucos os que mencionam o impacto do custo do petróleo sobre a produção e o transporte de alimentos. Me espanta que não se critique os nocivos e duradouros incentivos e subsídios dos países ricos?, afirmou. ?Não são os pobres os responsáveis pelos preços do petróleo. Os pobres são vítimas da proteção dos mercados.?

Lula também criticou as indústrias multinacionais do agronegócio. ?Muitas vezes, países pobres, quando fazem a colheita [o resultado], não dá para pagar os fertilizantes que compram das empresas multinacionais dos países ricos?, declarou.

 

 Crise nos EUA

Em seu discurso, Lula não poupou nem o Fundo Monetário Internacional (FMI). ?Na década de 80 ou de 90, cada delegado que está aqui viu descer em seu país uma delegação do FMI que dizia que era preciso cuidar da economia, fazer ajuste fiscal. Engraçado é que eu não vi uma única opinião do FMI sobre a crise dos Estados Unidos. Até quando vamos aceitar ser coadjuvantes? Até quando??, indagou.

O presidente afirmou que pretende estender a discussão sobre o tema dos biocombustíveis na conferência que a FAO vai fazer em Roma, em junho. Lula disse que foi convencido pelo diretor geral da instituição da ONU, Jacques Diouf, a participar da conferência pouco antes de fazer seu discurso. ?Vou com a disposição de fazer um debate com a seriedade que ele precisa ter.?